Pedagiômetro

30 de nov. de 2010

Não há meio caminho ou solução fácil, por Zé Dirceu

Saída, agora, é mais UPPs e mais policiamento nas ruas...


Diante da gravíssima crise desencadeada pelo crime organizado no Rio (leia nota), ao governo e à sociedade só restam resistir e manter o rumo das (instalações de) Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e da presença, agora massiva, do policiamento nas ruas.

É a alternativa primeira e para agora: não recuar na continuidade da política de ocupação com UPPs e forças policiais dos morros e das áreas sob controle do crime organizado. Ao mesmo tempo, dar continuidade a uma política de mudanças nas polícias.

Urge, também, presença, cada vez maior, das policias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional de Segurança no Rio, em ações subsidiadas pela presença das Forças Armadas na retaguarda. Particularmente da Marinha e das autoridades de imigração e da Alfândega, para impedir o contrabando de armas e drogas.

Simultaneamente, ou na sequência, mas rapidamente, faz-se necessário elaborar e executar com rigor uma ampla reforma do sistema penitenciário para tomar do crime organizado o poder nos presídios, e impedir estas organizações de continuarem a traçar e a comandar de lá de dentro as ações criminosas empreendidas cá fora.

Como vocês veem, sem mistérios e sem grandes lances, principalmente sem os de espetacularização para a TV.  Sem esquecer, pelo contrário, com a consciência bem nítida que se trata de uma luta de longo prazo, onde a persistência no caminho traçado e a articulação entre todas forças de segurança são fundamentais.
 
Zé Dirceu
ex-ministro

25 de nov. de 2010

A hora é de olhar para o futuro


            A presidenta eleita, Dilma Rousseff, começa a desenhar os primeiros traços do que será seu governo.
            Até aqui, tanto o já confirmado, como no caso da equipe econômica que assumirá em janeiro, quanto no que há de especulação, se percebe que o modelo desenvolvimentista, acentuado pelo presidente Lula em seu segundo mandato, ganhará força.
            O fato é que o PT aperfeiçoou seu modo de governar ao longo dos últimos anos, sem perder sua forte vocação às políticas sociais. Aprendeu a conciliar, ou melhor, a utilizar tais políticas, também para a indução do desenvolvimento econômico.
            É assim, por exemplo, com o Bolsa Família, que atende milhões de famílias em suas necessidades essenciais e ao mesmo tempo movimenta de forma virtuosa a roda da economia nos mais diversos cantos deste país.
            Acontece que a pauta imposta pela candidatura do PSDB às eleições deste ano colocou não só esse modelo de gestão em risco. Também trouxe de volta temas que esperávamos ter superado. Daí a importância de a composição do governo Dilma contar com políticos e técnicos que saibam olhar para o futuro, com a responsabilidade que a questão exige.
            A política não permite retrocessos. Isso porque simplesmente ela traduz o momento histórico e os valores da sociedade para termos práticos. Então, quando se nota as posições políticas e as propostas apresentadas por candidaturas, o que se está vendo é o conjunto de medidas que as mesmas propõem à sociedade para o enfrentamento de problemas apontados por ela própria, sob sua ótica ideológica.
            Sobretudo, a política não permite retrocessos culturais, por mais que a direita mais conservadora tente fazê-lo.
            Assim, foi um erro da candidatura de Serra trazer ao debate temas como o aborto. E erro maior ainda cometeram aqueles que tentaram impor à Dilma um discurso que  não se adequa ao do próprio PT, nem tampouco com o momento histórico do Brasil.
            Ainda bem que a então candidata não caiu na armadilha e corretamente se posicionou de forma contrária a qualquer atentado à vida, mas entendendo que há milhares de mulheres pobres morrendo pela prática irregular do aborto. Não se tratando, portanto, de se descriminalizar ou não o ato, mas de transferir o debate para o âmbito das políticas públicas de saúde. Corretíssima a Dilma.
            Várias outras situações percebidas nestas eleições demonstram que há sim no Brasil grupos políticos que se identificam com bandeiras conservadoras. Não são maioria, mas devem ser respeitados.
            A questão é que os dois principais partidos do país, PT e PSDB, devem saber olhar pro futuro. Respeitando os avanços culturais que tivemos nas últimas décadas e entendendo haver espaço para agremiações mais à esquerda e mais à direita, como forma de se respeitar o regime democrático. Mas sem que se entreguem a retrocessos.

24 de nov. de 2010

Centenas de crianças sem vagas em creches na cidade

No próximo dia 30 de novembro, por iniciativa do mandato do vereador petista Izidio de Brito Correia, a Câmara Municipal debaterá, com convidados, um grave problema em nossa cidade: a falta de vagas nas creches. A comunidade, especialmente as mães, estará presente. A Constituição Federal, bem como o Estatuto da Criança e do Adolescente, afirmam que é dever do Estado e direito da criança ter garantido o atendimento em creche e pré-escola no período de zero a seis anos de idade. No entanto, não é que se verifica em Sorocaba.
 
Não se tem notícia de que a cidade tenha feito um censo para saber quantas crianças tem e quantas ainda estão fora das creches. Segundo a prefeitura, tal levantamento é desnecessário. Enquanto isso, centenas de mães percorrem as creches existentes, a procura de vaga, sem sucesso. Embora existam divergências em relação aos números apresentados pelo poder público e a demanda colocada, o fato é que a cidade não oferece vagas suficientes e deixa de cumprir sua obrigação para com a população e também perante a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Enquanto a Prefeitura fala em 1.611 crianças sem creche, o vereador Izídio de Brito Correia (PT) calcula que são necessárias, ao todo, 12.960 vagas. Sorocaba oferece, atualmente, oito mil. A cidade tem uma média de nascimentos de 20 crianças por dia, o que, por ano, soma um total de 7.200. Anualmente, são cerca de 43.200 crianças entre quatro meses e cinco anos de idade. Se considerarmos que apenas 30% dessas crianças sejam carentes e necessitem de creches do município, são 12.960 vagas necessárias, calcula o vereador. Ainda segundo ele, a Prefeitura não faz o cadastramento dos que procuram por vagas nas creches.

Diante desta situação, a população tem de cobrar seus direitos. A audiência pública, que se realizará no final do mês, é um momento importante do debate, para cobrarmos do Executivo ações que solucionem o problema. Ser, de fato, uma "cidade educadora" implica começar pela base, que é garantir vagas nas creches. A estimativa de orçamento para 2011 é de 1,5 bilhões de reais, um belo orçamento para uma cidade de 570 mil habitantes. Dá para garantir os direitos sociais das crianças.

José Carlos Triniti Fernandes
Presidente do PT de Sorocaba

17 de nov. de 2010

Águas Abertas | Inscrições Abertas para Maratona Aquática

Acontece no próximo dia 05 de Dezembro a Maratona Aquática “Descobrindo Itupararanga”, em Votorantim.
Serão duas provas, uma de 500m e outra de 1000m com largada no Clube Náutico Belas Artes, às margens da Represa de Itupararanga na Estrada Votorantim-Ibiúna.
Pra quem gosta ou quer conhecer esse tipo de prova fica o convite.
Informações sobre a prova e inscrições no www.sorocabaesportes.com

Fonte: www.sorocabaesportes.com

Política tributária tucana aumenta carga de impostos para micro e pequenas empresas

No Estado de São Paulo, as micro e pequenas empresas pagaram quase R$ 500 milhões a mais em impostos
As micros e pequenas empresas perderam R$ 1,7 bilhão em 2008 por causa da substituição tributária do ICMS. É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Sebrae à Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o impacto desse sistema de tributação, aplicado a diversos setores econômicos.

O modelo gerou um aumento de 700% na carga fiscal dos pequenos empresários, segundo o levantamento.

Pela substituição tributária, uma única empresa recolhe o ICMS antecipadamente por toda a cadeia de produção. Assim, a Fazenda estadual só precisa fiscalizar o chamado "substituto tributário".

A pesquisa foi realizada a partir de informações da Declaração Anual do Simples Nacional de 2009, ano-calendário 2008, ano em que diversos setores econômicos passaram a se sujeitar à substituição tributária.

O resultado reforça o argumento das micros e pequenas empresas contra a bitributação. Isso porque já pagam o ICMS embutido na alíquota única do Supersimples e, com a substituição tributária, passaram também a ter que antecipar o ICMS da cadeia inteira.

De acordo com a pesquisa, 24% do total das receitas com revendas de mercadorias dessas empresas são sujeitas à substituição tributária.

Em São Paulo, por exemplo, R$ 952,22 milhões são pagos por substituição tributária pelas micros e pequenas, enquanto R$ 458,48 milhões são pagos de ICMS por meio do Supersimples. Isso quer dizer que elas pagam R$ 493,74 milhões a mais de ICMS - antecipação - em nome das outras empresas da cadeia produtiva.

Governador eleito defende o sistema

Em sua campanha, o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB-SP) defendeu o uso da substituição tributária no combate à sonegação. Porém, prometeu estudar meios para aperfeiçoar o sistema. Para o Sebrae, a substituição tributária acaba lesando quem está no Supersimples.

Segundo André Spínola, gerente-adjunto da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, uma fábrica de pão de queijo, que é substituto tributário, paga antecipadamente um grande valor de ICMS pela cadeia produtiva. O hipermercado a quem fornece a mercadoria, no entanto, só paga pelos pães de queijo sessenta dias depois. "A substituição tributária, portanto, acaba criando uma situação esdrúxula, em que o grande é financiado pelo pequeno", afirma.

Duas exceções são Pará e Santa Catarina que, de acordo com Spínola, criaram mecanismos que atenuam os efeitos da substituição tributária para as pequenas empresas. "Em Santa Catarina, há um redutor da base de cálculo do imposto de 70%. No Pará, excluíram as micros e pequenas da aplicação do sistema", diz. Há casos de pequenas empresas que discutem a aplicação da substituição tributária na Justiça. Mas nem sempre conseguem derrubar o modelo. Isso porque a Lei do Supersimples - nº 123, de 2006 - determina que o ICMS da substituição tributária deve ser pago. Na revenda, a micro deve aplicar a alíquota do Supersimples, abatendo a parcela correspondente à substituição tributária.

Segundo o advogado Fábio Junqueira, do JCMB Advogados, há decisões esclarecendo que, como o Supersimples é optativo, as pequenas atingidas pela substituição tributária podem optar por abandonar o regime simplificado de tributação.

fonte: jornal Valor Econômico

11 de nov. de 2010

Entrevista do Ministro Fernando Haddad sobre o ENEM

Segue na íntegra entrevista concedida pelo Ministro Haddad ao Bom Dia Brasil sobre os problemas percebidos na aplicação do ENEM.
Importantes informações e fundamental leitura:

Confira a íntegra da entrevista a Alexandre Garcia, Renato Machado e Renata Vasconcelos:

Repetir erro significa não ter aprendido lições? Porque esse descuido?
Na verdade é o contrário. No ano passado, nós tivemos o furto de uma prova, o que obrigou o adiamento do exame, que foi bem realizado 60 dias depois da data prevista. Foi um furto numa gráfica de grande porte. Gráfica que no dia do furto declarou que cumpria todos os requisitos de segurança e, depois, vocês mesmos mostraram as imagens que mostraram que isso não era correto, não era verdadeiro.

Agora, o edital exigia uma conferência por parte do Inep que não houve...
Houve a conferencia da matriz. O Inep não tem condição de fiscalizar e ler 4, 6 milhões de provas. O Inep lê a matriz, confere e dá ordem de impressão. A própria gráfica – que é a maior empresa gráfica do mundo, fatura US$ 20 bi por ano, é uma multinacional –, em carta, ontem pela manhã, reconheceu que o lote de 21 mil provas saiu com erro de impressão.

O que o senhor tem a dizer para esses alunos que estão desconfiados?
Que nós vamos recorrer da decisão da juíza. Não há nenhuma razão objetiva e técnica para cancelar a prova do sábado.

Não há razão para pedir desculpas aos alunos?
Evidente que sim. Todo desconforto merece por parte do poder público uma retratação. A questão é que se nós não acatarmos a Teoria da Resposta ao Item, se nõa considerarmos que é possível aplicar uma prova aos alunos prejudicados com o mesmo grau de dificuldade da primeira, vamos colocar em perigo e risco todo o sistema de avaliação do Brasil.

Esse é o ponto. A Justiça está entendendo que se aplicarmos nova prova a dois mil alunos ou menos feriria o principio da isonomia em concurso.
Eu entendo o argumento, mas nós vamos levar ao conhecimento da Justiça que a tecnologia educacional hoje permite com toda precisão fazer isso.
Eu vou citar um exemplo: o ano passado, nós aplicamos dois Enem. Um Enem para todo mundo e um para os alunos que sofreram com as enchentes no Espírito Santo e para os alunos dos presídios. Eram duas provas distintas aplicadas em dias distintos e os resultados saíram rigorosamente na mesma escala e com na data.
Veja bem, o pagamento de bônus para professor em São Paulo, a Justiça vai derrubar porque os resultados não são comparáveis? A Prova Brasil e o Ideb, a Justiça vai derrubar porque os resultados não são comparáveis? O PISA, Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que permite a comparação de desempenho de estudantes de países diferentes de um ano para o outro vamos derrubar? O Toffle, exame de inglês, nós vamos derrubar? Quer dizer, a Justiça precisa ser informada de que essa tecnologia existe de que essa tecnologia está disponível. É justamente para exames da escala do Enem.

No IDH da ONU publicado a poucos dias, o Brasil está numa posição muito ruim por causa da Educação. O senhor tem algo a dizer sobre essa posição 79ª. com outros países da América Latina a nossa frente?
Eu discordo um pouco dessa avaliação por um motivo muito simples: o IDH conta com duas variáveis. Uma que olha para o passado, que é a escolaridade média do brasileiro com 25 anos ou mais. Nessa variável nós vamos muito mal: 7,2 anos. Mas esta variável olha para o sistema de ensino do século passado. A variável que olha para o nosso sistema educacional é a expectativa de escolaridade, que é quase o dobro da escolaridade média dos adultos brasileiros. Se você comparar as duas, você vai verificar que o Brasil é um dos países que mais avançou em escolaridade média. O Pisa que vai ser anunciado em dezembro, já nos dá conta que na primeira década do século 21 o Brasil também está entre os três países que mais avançou em proficiência de leitura, matemática e ciências.
Então, Renato, se você olhar para o que o Brasil foi na área de Educação e verificar o local que nós ocupamos no ranking, você se decepciona, porque pensa assim: por que nós não fizemos mais pela educação no nosso país. Mas se você olhar para o presente e para o futuro, o cenário é completamente diferente do século 20. Nós estreamos o século 21 com resultados importantes. Eu faço um convite a vocês: façam um debate com observadores externos o Brasil. Façam um debate com pessoas que entendem de educação da UCDE do Banco Mundial do Bid da Unesco e da Unicef e da OEI. Façam um debate público sobre o que foi a educação brasileira na primeira década do século 21. Eu faço questão de participar ou assistir esse debate com toda tranqüilidade agora que estamos concluindo a primeria década do século.

Foram apontados problemas na qualidade das provas. Erro de digitação, de pontuação, inclusive erros conceituais, uma pergunta com duas respostas possíveis, questões repetidas, outra pergunta que não haveria resposta possível apontada por professores que avaliaram as provas. E agora?
O Enem tem 180 questões e o gabarito oficial sai depois que os formuladores das provas que são professores universitários fazem a checagem final. O ano passado por exemplo, nós tivemos que anular uma questão das 180. Há vários casos de vestibulares em que a cada 100 questões você tem uma taxa de tolerância em que se admite uma falha ou sem resposta ou com duas respostas em que as questão não é considerada. Nós vamos aguardar o parecer dos técnicos que elaboraram a prova, conforme disse são professores universitários convidados pelo Inep para formular a prova. O gabarito oficial dá a palavra final sobre o assunto.

No ano passado, grandes universidades descartaram o Exame. Como o senhor vê a possibilidade de faculdades desistirem de usarem o Enem no seu processo de avaliação, por causa de mudanças inclusive no calendário?
A desistência no ano passado se deveu ao fato de que nós não conseguimos processar os resultados em virtude do adiamento por 60 dias da prova. Não teve nada a ver com o Enem. Tanto é verdade, que todas que não usaram o ano passado em função disso, voltaram a usar. O dobro de universidades usará o Enem esse ano em relação ao ano passado, e 500 mil alunos a mais se inscreveram para o Exame.

O que o senhor diria para os milhões de estudantes que estão nessa dúvida? Eu sei que o senhor vai falar com juristas para tentar convencê-los de que não há quebra da isonomia.
O que nós precisamos fazer é convencer o judiciário de que a tecnologia educacional, hoje, permite aplicar uma segunda prova sem nenhum prejuízo para os estudantes, com total isonomia, porque vamos seguir rigorosamente a mesma escala, como todas as avaliações nacionais e internacionais. Fazendo chegar essa informação à juíza, eu tenho certeza de que ela vai rever sua posição. Caso contrário, vamos recorrer ao Tribunal, sem nenhuma dificuldade.


Fonte: PT São Paulo

Mais sobre a liberdade de imprensa

O portal de Carta Capital traz bela matéria sobre as distorções do debate sobre a liberdade de imprensa.
O autor do texto, Venício de Lima, é seguramente uma das figuras mais preparadas sobre o tema. Vale, então, acompanhá-lo.
Transcrevo só o início da matéria, mas acessando o portal da revista é possível vê-la por completo, inclusive com transcrições de momentos de entrevista com a Presidenta Dilma.
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Marco regulatório vs. liberdade da imprensa

Regular a mídia é ampliar a liberdade de expressão, a liberdade da imprensa, a pluralidade e a diversidade. Regular a mídia é garantir mais – e não menos – democracia. É caminhar no sentido do pleno reconhecimento do direito à comunicação como um direito fundamental da cidadaniaPor Venício Lima*
Em entrevista concedida ao Jornal da Band, no último dia 2/11, a presidente eleita Dilma Rousseff tentou esclarecer, pela undécima vez, uma diferença que a grande mídia e seus aliados têm ignorado e, arriscaria a dizer, deliberadamente confundido: marco regulatório da mídia não tem nada a ver com qualquer restrição à liberdade da imprensa.
 (...)

Veja aqui a matéria na íntegra.

10 de nov. de 2010

Regulamentar a comunicação pra garantir a liberdade de imprensa no Brasil

Franklin Martins: Regulação da comunicação é prioridade para o próximo governo

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, defendeu nesta terça-feira (9) que a regulamentação das telecomunicações e da radiodifusão precisa ser uma prioridade do próximo governo. Na abertura do Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, ele comparou o "atraso" na legislação para a área à situação relacionada à energia no país no início do governo Lula. Martins vê a falta de normas atuais a respeito como um entrave ao crescimento econômico.

Leia o texto completo aqui.

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Comentário do blog:

Há bastante tempo esse debate está posto. Porém, com pouca ou quase nenhuma força entre aqueles que de fato podem decidir o assunto.
Um país que viveu intensos períodos de ditadura, como o Brasil, costuma ter muita dificuldade em lidar com o tema. Os barões da mídia, que já o eram no período do regime militar, sempre se utilizam do hipócrita discurso de "atentado à liberdade" a cada vez que se busca tal regulamentação.
A questão é que as eleições deste ano demonstraram a fragilidade do atual modelo. Não se trata de gostar ou não do viés utilizado por este ou aquele veículo de comunicação sobre um assunto. Nem quanto as opções ideológicas ou programáticas de sua editoria. Carta Capital posicionou-se a fovar de Dilma, o Estadão foi de Serra e tudo isso faz parte da normalidade.
O problema aparece quando inverdades são publicadas, como aconteceu muitas vezes neste ano.
Há duas questões distintas a serem trabalhadas na regulamentação, uma trata dos meios de comunicação de competência exclusiva da União e concedidas à empresas privadas, casos das Rádios e TVs. Outra, dos veículos amplamente liberados para iniciativa de qualquer pessoa ou organização, caso dos jornais.
Entre os primeiros há uma obrigação legal para com a informação verdadeira, vez que estamos falando de algo equiparado a serviço público. Sim, rádios e tvs são concessões. Daí o compromisso legal com a verdade.
Esse debate é bom e pode render muita conversa. Quando fiz minha especialização, aliás, o tema de meu TCC foi justamente O Conflito Entre o Direito à Imagem e a Informação Verdadeira, algo que permeia muito do assunto em tela.
Um dia escrevo mais sobre isso.

De volta à lida

Já não é a primeira vez que acabo ficando alguns dias sem atualizar o blog. E provavelmente também não seja a última.
É que acontece de eu ficar com uma certa ressaca dos temas que normamente trato aqui. Principalmente quando se encerra uma eleição desgraçadamente pesada e suja como a que findou há alguns dias.
Bom, mas tento retomar o ritmo à partir de agora e espero contar com a gentileza dos poucos, porém valorosos, seguidores deste espaço para que me ajudem a divulgar as postagens que daqui por diante voltarão.

6 de nov. de 2010

Dilma Rousseff, a primeira mulher a comandar os destinos do Brasil

A vitória da Dilma Roussef, a primeira mulher a presidir o Brasil, é uma demonstração clara do amadurecimento e do aprimoramento da nossa  democracia. O povo brasileiro, que em 2002, elegeu o primeiro operário para comandar os destinos deste pais, certamente não se decepcionou passados quase oito anos de seu governo, pelo contrario, lhe dá uma aprovação recorde, tornando-o o presidente melhor avaliado da história do Brasil. Agora elege a primeira mulher para comandar os destinos do Brasil,  uma vez mais os brasileiros não se arrependerão, pois o país continuará crescendo com distribuição de renda.

A eleição da Dilma Rousseff é a garantia das conquistas e dos avanços. É a garantia do tratamento republicano aos municípios, aos governos de estados. O Brasil que antes era conhecido lá fora por ser o país do carnaval e do futebol, hoje passa a ser conhecido também por ser um país que cresce, gera milhões de empregos, tira da pobreza milhões de pessoas, que trata a agricultura com respeito, os idosos, as crianças, as mulheres, os negros, enfim, trata todos sem nenhuma diferença. Governa para todos de maneira igual. Nestes quase oito anos de governo, foram realizadas dezenas de conferências em diversos temas, ou seja, a participação da população foi garantida, seja aqui no município, no estado e nacionalmente. Por isso, que o Brasil é visto com outros olhos lá de fora, por isso, que a autoestima do nosso povo está em alta.

O governo do presidente Lula resolveu todos os problemas do país? É óbvio que não, ele mesmo tem dito isso, ainda há muito por fazer, é verdade, como é verdade também que o presidente Lula provou que é possível fazer. Lula deixa seu mandato construindo catorze Universidades, inclusive uma aqui em Sorocaba, vai construir duzentas e vinte escolas técnicas federais, nossa região foi agraciada com cinco. Possibilitou o ingresso de mais de setecentos mil jovens no Prouni, realizando sonhos  desses jovens e de suas famílias, e tantas outras ações na educação. Assim foi na saúde, no meio ambiente, na infraestrutura, no saneamento, na segurança, na habitação, em suma, tudo foi feito, entretanto ainda temos que avançar, por isso, a vitória da Dilma é a garantia destas conquistas e do avanço.

Por fim, quero agradecer a militância do Partido dos Trabalhadores de Sorocaba, que mais uma vez foi às ruas para ajudar na vitória da Dilma Rousseff, é fato, que não vencemos na cidade, ficamos atrás do nosso adversário por uma diferença de sete por cento, mas não foi por falta de empenho da nossa militância que se dedicou muito. Agradecer aos partidos aliados que também tiveram um papel importante nesta luta, o mesmo ao movimento sindical de todas as centrais, a executiva do PT, dos voluntários que todos os dias foram às ruas ajudar na entrega das propostas da nossa candidata. Todos os citados tiveram sua contribuição nesta vitória da democracia.

Quero fazer um agradecimento muito especial aos 139,307 sorocabanos que escolheram a Dilma Rousseff, dando-lhe uma votação expressiva na cidade. Nós do Partido dos Trabalhadores de Sorocaba e dos partidos aliados agradecemos muito. Viva a Democracia! Viva o Brasil!

José Carlos Triniti Fernandes
Presidente do PT de Sorocaba

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Valeu a colaboração, Triniti!

1 de nov. de 2010

A mais dura eleição derruba mais um paradigma

Sempre me pareceu claro que as eleições deste ano seriam duríssimas. Por diversos aspectos e em todas as esferas.
O que não imaginava é que a oposição se prestasse ao desserviço a que se prestou.
Há diversas formas de fazer a crítica e à partir dela se estabelecer o debate. Desde que isso ocorra em torno de programas de governo.
O que fizeram foi abdicar do direito de fazer o bom debate. Preferiram o jogo rasteiro da confusão na cabeça do eleitor à partir de um bombardeio de mentiras, boatos e informações pela metade sobre temas propostos justamente para atordoar.
E até certa medida alcançaram êxito.
Acontece que o preço para a democracia não é baixo. Ao invés de avançarmos culturalmente, regredimos com essas eleições.
Porém, nem tudo é de se lamentar. A vitória de Dilma quebra mais um paradigma de nossa política, o de que um país machista nunca daria à uma mulher a oportunidade de chegar a posto tão alto.
Pois o mesmo partido que elegeu o primeiro homem do povo para  a Presidência, agora elege a primeira mulher.
O PT não é, nem nunca será um partido qualquer. Será sempre lembrado, com seus erros e acertos, como o partido que introduziu a juventude, os negros, as mulheres, os índios e toda sorte de diversidade na política. Essa é a maior obra petista. A obra que agora, cabe a Dilma continuar.
Viva o Brasil de hoje e o que nascerá em 1° de janeiro de 2011!!!