Pedagiômetro

26 de fev. de 2010

O indiciamento de Ferrari e Biazotto

É preciso fazer um resgate do caso, não do ponto de vista jurídico, mas do político pra que possamos entender um pouco do emaranhado formado pelas linhas tucanas que se instalaram na Prefeitura de Sorocaba.
Só pra recordar, após as prisões de Ivanilde e dos Secretários, o Prefeito Vitor Lippi, em uma clara tentativa de esvaziamento de uma provável e necessária CPI para apuração do caso, surge com a proposta de criação de uma estranha comissão com a presença de representantes do Poder Público (investigados) e da sociedade civil (OAB, CREA e ASI).
A manobra quase funcionou, mas aí a bancada petista alertou aos representantes das mencionadas entidades quanto ao erro que estariam cometendo.
O teor do ofício endereçado às mesmas, na ítegra, é o que segue:

Senhor Presidente,

Como é de domínio público, em decorrência das recentes e gravíssimas denúncias de corrupção envolvendo integrantes da administração pública municipal, foi formulado requerimento de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - com o objetivo de apurar os fatos.
Paralelamente, conforme amplamente divulgado pela imprensa, o Executivo anunciou a criação de uma "Comissão de Sindicância" (sic), propalando que a mesma se destinaria a investigar as denúncias mencionadas e que seria integrada por representantes da sociedade civil, através da ASI, do CREA e da OAB, além da Câmara Municipal.
Ocorre que tal Comissão tem como indisfarçável escopo criar uma "cortina de fumaça", visando esvaziar o movimento pela instalação da CPI; sendo que o convite à participação das conceituadas instituições se revela como uma artimanha, na tentativa de atribuir credibilidade a essa manobra.
A reforçar as assertivas supra expendidas, o relevante fato de que, em entrevista a uma emissora de TV local, o Sr. Secretário de Desenvolvimento Econômico, engenheiro José Dias Batista Ferrari, um dos nomes citados nas reportagens publicadas sobre o assunto como investigado pela Polícia Civil, como suspeito de participação nas ações irregulares, afirmou ter tomado parte, juntamente com o Sr. Prefeito, da decisão de criar a referida "Comissão".
Cabe, então, questionar: que confiabilidade pode ter uma investigação que começa com a ingerência direta de um dos investigados?!...
Necessário enfatizar que a mencionada "Comissão de Sindicância" fere as normas do Direito Administrativo e Disciplinar, eis que as denúncias em foco, ao menos pelo que foi ventilado até o presente momento, envolvem agentes políticos, e não servidores efetivos.
No que tange à Câmara Municipal, a participação de Vereadores nesse embuste significaria grave agressão ao princípio basilar do Estado Democrático de Direito, qual seja, o da independência e harmonia entre os Poderes, herdado dos filósofos iluministas.
Outrossim, é fundamental salientar que o instrumento constitucional adequado para uma investigação ampla, completa e transparente, é, justamente, a CPI, que, mais uma vez, vem sendo alvo de todo tipo de pressão, por parte do Paço Municipal, com o intuito de inviabilizar a sua instalação.
Pelo exposto, e, conhecedores do espírito público e da tradição de envolvimento nas demandas da coletividade que sempre nortearam a conduta desse respeitado órgão colegiado, é que apelamos, no sentido de que se abstenha de integrar a inusitada "Comissão" criada, de modo inóspito e aberrante; e se integre ao movimento de criação da CPI, bem como atue, ativamente, como porta voz da comunidade, cobrando e fiscalizando o correto e ágil andamento dos trabalhos.
No ensejo, renovamos os protestos de elevada estima e distinta consideração.

Francisco França da Silva
Vereador
Izidio de Britto Correia
Vereador


A sindicância da Prefeitura termina em nada

Fracassada a tentativa de emprestar a credibilidade de entidades sérias para encobrir os problemas da administração, instalou-se uma sindicância que restou com a seguinte conclusão sobre os fatos: "não há fatos que desabonem os procedimentos internos da prefeitura em relação à entrega de documentos e cumprimento de prazos nos processos abertos para aprovação de projetos de implantação de postos de combustíveis".


O indiciamento dos homens de confiança de Lippi


Com a conclusão do inquérito policial e o consequente indiciamento dos ex-secretários, ambos passam a figurar como réus.
Tendo em vista o fato de a Prefeitura ter demonstrado incompetência na averiguação que se propôs a fazer, quando da instalação da sindicância, creio que não haja outra alternativa. Uma CPI deve ser instalada com urgência, sob pena de os vereadores assumirem postura conivente com essa situação de absurdo desrespeito à coisa pública instalado na administração municipal.

25 de fev. de 2010

Um silêncio que incomoda

O desenrolar do caso que culminou com a prisão do ex-secretário de Administração de Sorocaba, Januário Renna, flagrado em ato de pedofilia no dia 15 de agosto do ano passado e recentemente posto em liberdade por decisão do TJ-SP chama a atenção pela forma "fria" com que vem sendo tratado.
Não me refiro aqui ao crime pelo qual foi preso, já que a materialidade do mesmo foi amplamente demonstrada. Afinal, o cara foi pego com as calças nas mãos. Literalmente!
Mas, é de se estranhar que os meandros do caso, os detalhes que o circulam não venham sendo fruto de debates.
Só pra exemplificar: se está claro que, desde a apreensão do computador da Prefeitura de Sorocaba, utilizado pelo ex-secretário, continha mais de duas mil fotos de pedofilia, além de vasto conteúdo de uso particular, como aulas preparadas, trabalhos escolares, etc, está igualmente claro que houve mal uso do patrimônio público.
Então, a Prefeitura de Sorocaba entende que a ação criminal por si só resolve a questão? Não se aventa a possibilidade de ter ocorrido ato de improbidade administrativa? A condenação penal por pedofilia resolve todo o resto?
E quanto ao tal HD que teria sumido daquela máquina? E a demora do Judiciário em julgar o caso, que acabou permitindo ao réu responder em liberdade, é algo normal?
O fato de o juiz do caso ser filho do ex-secretário de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo não seria, no mínimo, notícia intrigante para a imprensa? Nem que fosse como mera curiosidade do caso?
Essas são apenas algumas das questões que podem e devem ser levantadas. O caso de pedofilia, não tenho dúvidas, terá tratamento adequado e Renna sofrerá severa condenação. Mas fico pensando se seria só isso, mesmo.
É tanto silêncio que chega a incomodar.

24 de fev. de 2010

É tempo de varrer a ARENA

Nunca tive dúvida das qualidades de Lula. E na última semana me convenci de mais uma, a generosidade frente a seus adversários.
Pelo que ouvi o Presidente dizer, Lula é mesmo um ser humano muito melhor que eu.
Referindo-se aos ataques sofridos pelo PT em 2005, sentenciou sua certeza quanto aos objetivos da direita e de seus tantos braços àquela época: queriam destruir o PT.
Mencionou aquela infeliz frase do então presidente do DEM que disse que era época de "varrer aquela raça", no caso a raça era a dos petistas mesmo.
Lula disse então que o PT sobreviveu pela força de sua militância e que agora quem está acabando é o DEM, mas que nem por isso devemos tripudiar sobre a desgraça alheia, em respeito a democracia.
Repito, ele é bem melhor que eu. É exatamente em respeito a democracia que eu desejo profundamente o enterro dessa lamentável página de nossa história que começou com a ARENA, que se transformou em PDS, depois em PFL e agora em DEM(Democratas).
A saúde da ARENA, a bem da verdade, já começou a se complicar com a vitória de Lula em 2002. Piorou em 2006, quando encolheu consideravelmente. Foi para a UTI com a prisão de Arruda e com o risco de cassação do Prefeito Kassab. Mas será o povo brasileiro quem assinará seu atestado de óbito em outubro deste ano, quando disser nas urnas que o Brasil mudou e que nesse novo país não cabem mais coroneis e preconceitos que estão no DNA dos representantes da ARENA, digo PFL, digo DEM.

22 de fev. de 2010

A libertação do eleitorado brasileiro

Ainda recuperando alguns lances do 4° Congresso do PT, aproveito uma outra fala de Zé Dirceu. Disse o ex-ministro que a grande obra do governo Lula nesses sete anos foi a libertação do eleitorado pobre do país.
Tem toda razão. Algum tempo atrás, o coronelismo circulava livremente nas urnas eleitorais de todas as regiões.
E um povo faminto não tem opção de voto. Tem apenas a obrigação de sobreviver. Daí as ocasiões em que tantos trocavam seus votos por cestas básicas.
Essa talvez seja uma das explicações do ódio dos demo-tucanos em relação ao Bolsa Família: a segunda alforria do povo brasileiro.

A verdade de lá, também cabe aqui

É possível e necessário fazer um paralelo dessa realidade com a política de Sorocaba. Por aqui, infelizmente, ainda é comum a concessão de "favores" aos amigos do rei.
Funciona mais ou menos assim, se você é amigo de algum vereador da base aliada do Prefeito, ou de alguém próximo ao mesmo, terá um serviço público de qualidade. Consultas médicas, exames, certidões, tudo é mais fácil pra quem frequenta a Casa Grande.
Creio que já tenha passado da hora da libertação do eleitorado sorocabano, tal qual o governo Lula proporcionou ao resto do país.

21 de fev. de 2010

O discurso de Dilma


O discurso de Dilma no 4° Congresso merece um capítulo a parte.
Foram 58 minutos de uma fala recheada de conteúdo. A pré-candidata foi precisa e contundente.
Fez um balanço dos sete anos de governo Lula, falou do porvir, das prioridades que enfrentará como Presidenta, do preconceito que enfrentará durante as eleições.
Lembrou também dos que tombaram durante a ditadura na luta por um país livre e justo. Nesse momento, inclusive, ficou visivelmente emocionada.
Dilma é o que há de melhor para o Brasil no período pós-Lula. Foi forjada na luta, colocou sua própria vida em risco quando militou contra a ditadura, participou de governos no Rio Grande do Sul e assumiu o gerenciamento dos principais programas do governo Lula, como o Luz Para Todos, o PAC e o Minha Casa Minha Vida.
Seu discurso, guardadas as devidas proporções, teve a importância da Carta ao Povo Brasileiro de Lula, em 2002.
Um recado ao Brasil e ao mundo de como será seu governo, uma continuidade do atual com um aprofundamento das políticas que busquem promover a igualdade.

Jose Alencar roubou a cena

Na posse do DN do PT, sexta-feira, quem roubou a cena foi o Vice-Presidente da República José Alencar, formalmente do PRB, mas condecorado pelo DR de Minas como "Filiado Honorário do PT".
Mineiríssimo, Zé Alencar disse que Lula lhe concedera três minutos para falar. Falou mais de vinte e foi interrompido diversas vezes por aplausos.
Falou da alegria em ter sido convidado e eleito duas vezes vice. Também do orgulho de poder ajudar o país e de se sentir petista.
Ao final, disse ter perguntado a Lula se poderia votar no Congresso quando da indicação de Dilma como pré-candidata, ao que o Presidente respondeu que como ele era o único filiado honorário do partido poderia votar não uma, mas duas vezes.
E no dia seguinte, na tal votação, eis que o novo presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, no momento da votação entrega dois crachás a José Alencar. Ele, então, foi o único a votar de fato duas vezes, ergueu seus dois braços, empunhou os crachás aclamando Dilma e cantando com os mais de mil delegados presentes Olê, Olê, Olê, Olá, Dilma, Dilma...

A bancada da CNB Sorocaba


Aí está a pequena porém valorosa bancada eleita pela CNB na região de Sorocaba ao 4° Congresso.
Mara (Araçoiaba), eu e Fuad (Itapetininga).

Lula e o PT depois de 2010


Na quinta-feira, ainda antes do início dos trabalhos efetivos do 4° Congresso do PT, em plenária da corrente Contruindo Um Novo Brasil, a CNB, José Dirceu defendia que após deixar a Presidência da República, Lula deveria se dedicar ao PT.
Dizia que o partido que hoje é preferido por quase trinta por cento da população brasileira tem espaço para crescer. Pode chegar aos trinta e cinco, pelo menos.
A questão abordada é que precisamos avançar na luta por um país mais justo e que para isso é fundamental que o PT amplie suas bancadas. Trata-se da legítima disputa de hegemonia.

E Lula parece disposto

No dia seguinte, durante a posse do novo Diretório Nacional, Lula disse que quando seu mandato terminar se dedicará mais ao PT.
Disse ainda que entende de importância estratégica que a experiência bem sucedida da construção de um partido de esquerda e de massas do porte do PT seja compartilhada com as demais forças da América Latina. Defendeu a integração das forças progressistas do continente e disse que o Partido dos Trabalhadores pode ser o indutor dessa articulação.

19 de fev. de 2010

Congresso Nacional do PT


Os debates têm sido de excelente nível.
Amanhã, Dilma será proclamada pré-candidata à Presidência da República.

17 de fev. de 2010

Congresso petista

Entre os dias 18 e 22 de fevereiro acontece o 4° Congresso Nacional do PT. Trata-se de um momento privilegiado da vida partidária e, por isso mesmo, a organização do evento criou um blog para que todos aqueles que se interessem possam acompanhar passo a passo o que estará rolando por lá.
Clique aqui para ver o blog do Congresso.
Estarei por lá e, sendo possível, também trarei novidades pra este espaço.

11 de fev. de 2010

Arruda está preso

No final da tarde de hoje, minutos após a decisão da justiça que deteminou a PRISÃO do governador do DF, José Roberto Arruda, do DEM (PFL), o mesmo se apresentou à PF e já se encontra "sob os cuidados" da lei.
Que assim seja!

Veja mais sobre o caso clicando aqui (Portal Vermelho).

Tribunal de Contas julga irregular plantio de grama

Empresas têm contratos com a prefeitura de R$ 7,4 mi, por 2 anos de serviço

Pedro Guerra
Agência BOM DIA

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregulares dois contratos da Prefeitura de Sorocaba para plantio de grama esmeralda e obras de manutenção paisagísticas na cidade. Cada contrato é de R$ 3.751.490 e foram assinados no dia 28 de abril de 2008.

Além de julgar irregular, a decisão o TCE determina multa no valor de 500 Ufesps (cada Unidade Fiscal do Estado de São Paulo tem valor de R$ 16,42). São responsabilizados o ex-secretário de Administração, Januário Renna, pela pela abertura da licitação e o prefeito Vitor Lippi (PSDB), pela homologação. E cada um deve pagar R$ 8.210.

O secretário de Administração, Rodrigo Moreno, diz que aguarda a publicação do acórdão do TCE para tomar ciência do conteúdo. “Somente após analisar a decisão do TCE, a prefeitura realizará os encaminhamentos jurídicos cabíveis”, explica.

Veja matéria completa no Bom Dia Sorocaba.

Solução ainda não saiu do papel

Há exatos dois meses após sua criação, por meio de decreto, a comissão encarregada de discutir e encontrar uma solução definitiva sobre o plano de saúde de mais de 23 mil pessoas (servidores públicos municipais e seus dependentes), oferecido pela Fundação de Seguridade Social (Funserv), ainda não constituiu seus integrantes e, consequentemente, sequer realizou reuniões para tratar do assunto, que inclusive é alvo de ação no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O decreto assinado pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB) estabeleceu prazo de 90 dias, ou seja, termina em março, para a conclusão dos estudos. A informação foi passada pelo presidente do Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais, Sérgio Ponciano, que teme por uma nova paralisação dos atendimentos pela Justiça.

Veja a matéria completa no Cruzeiro do Sul

As "minúcias" de Veríssimo

Dia desses li um artigo de Luiz Fernando Veríssimo, com o título Minúcias. Inclusive o jornal Bom Dia Sorocaba o publicou.
Das qualidades do autor nem preciso falar. O que destaco é a oportunidade e a forma simples e clara com que abordou a questão do polêmico debate em torno do Plano Nacional de Direitos Humanos.
Não se colocou a favor, nem contra. Apenas atentou para o fato de o Brasil ter superado uma época, um período histórico e por isso hoje pode discutir temas como esse.
Diz, com razão, que há alguns anos poucos eram os que se debruçavam sobre temas como casamento os debatidos no tal plano. Que as prioridades eram a consolidação da democracia e a estabilidade econômica.
Pois o governo Lula alcançou ambos e por isso, agora, é possível a sociedade avançar para uma evolução também cultural.
O debate está aberto e será amplo e democrático como só seria possível num governo petista.

Segue o excelente texto do Veríssimo:

MINÚCIAS

É bom que coisas como aborto e casamento gay estejam sendo discutidas mais abertamente, no Brasil. Porque são questões importantes em qualquer lugar, mas também porque ampliam o debate político.

Minúcias de relacionamento humano e direitos individuais como estas crescem e se transformam em matéria política quando as questões básicas da política — estabilidade institucional, partidos representativos, democracia rotineira — estão resolvidas, ou não afligem mais tanto.

Poder ocupar-se de minúcias é sinal de um corpo político saudável, com tempo para pensar no outrora impensável. Ou, diria um opositor das novas discussões, para pensar em bobagem.

As controvérsias sobre aborto e casamento gay expandem o debate político mas não transcendem velhas diferenças entre esquerda e direita, na medida em que uma representa o pensamento "progressista" e a outra o conservadorismo religioso e laico — e suas respectivas contradições.

Para a esquerda a questão da descriminalização do aborto se resume no direito da mulher de reger seu próprio corpo sem arriscar sua vida em intervenções clandestinas, como as que existem hoje sem qualquer controle.

Para a direita ninguém tem o direito de interromper uma vida, que começa na concepção. A posição da esquerda não é incoerente com sua valorização do social sobre o individual. E conservadores raramente invocam o mesmo argumento usado para poupar um feto, a de que a vida é um dom sagrado, para poupar um condenado à morte.

E nos dois casos, na proibição da mulher de dispor do seu ventre como quiser e na execução do condenado, defendem o que normalmente abominam: uma intromissão radical do estado na vida das pessoas.

Quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, é surpreendente que esquerda e direita não se encontrem em algum ponto.

A posição progressista é de tolerância com a opção sexual de cada um, a dos conservadores é de condenar o homossexualismo e tudo que o legitime.

Mas, assim como um lado não pode deixar de achar careta mas inspiradora a vontade de casar dos gays, com todos os paramentos e as bênçãos tradicionais, o outro lado não pode deixar de admirar esta compulsão pela respeitabilidade.

O matrimônio é um sacramento em declínio. Os gays podem recuperá-lo. Quem pode ser contra?

Luiz Fernando Veríssimo

30 anos do Partido dos Trabalhadores

Ontem, 10 de fevereiro, comemoramos os 30 anos de fundação do maior partido de esquerda da América Latina, o PT.
Experiência fantástica que se renova constantemente e que nunca perde sua essência, nem abandona sua vocação de busca por justiça social.
O partido que ousou eleger um operário Presidente da República, também experimentou fazê-lo o melhor dos presidentes até aqui. E fará, em outubro deste ano, da companheira Dilma, a primeira Presidenta do Brasil.
Ousamos lutar, ousamos vencer e tudo isso sem deixar de sonhar. Viva o PT!

Executiva do PT estadual

Semana passada encerrei um período de quatro anos em que cumpri a tarefa de presidir o PT em Sorocaba. Agora, na última terça-feira (09/02) assumi com muita honra uma das vagas na Direção Executiva Estadual do PT.
Espero, por lá, poder contribuir de alguma forma em nossa luta.

8 de fev. de 2010

Enchentes são mais que desastres naturais, por Hamilton Pereira

Várias cidades depararam-se com graves problemas de enchentes neste verão que ainda não chegou ao fim. Bairros e regiões passam dias e dias alagados, a população - em especial a mais pobre - perde o que tem e, o pior, dezenas de pessoas morreram, aqui no estado de São Paulo, por conta dos deslizamentos de terra. Sorocaba incluiu-se entre essas cidades.

Os meios de comunicação noticiaram incessantemente que o mês passado foi o janeiro mais chuvoso de décadas. E muitos podem ter pensado que as enchentes e os deslizamentos sejam tão-somente manifestações da natureza em fúria, contra o que há pouco a se fazer. Isto é um equívoco, pois a presença de um poder público voltado aos interesses da maioria e não colonizado pelos interesses do capital imobiliário pode fazer muito para combater tais problemas. O fundamental é a prevenção.

O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, afirma que de imediato é preciso desassorear rios e córregos e combater a erosão do solo. Segundo Santos, só na região metropolitana de São Paulo são cerca de 250 mil caminhões por ano de sedimentos lançados nos cursos d´água. Este precisa ser um trabalho permanente. O engenheiro hidráulico Kokei Uehara também destaca a necessidade do aumento da permeabilidade do solo.

Outro geólogo, Paulo César Fernandes da Silva, diretor adjunto do Instituto Geológico, afirma que o fundamental é o planejamento e o ordenamento territorial. Ele declarou ao Portal IG que "os municípios têm que tomar conta do uso de seu solo e da ordenação de seu território. A ausência de planejamento é cultural. O que estamos vendo é que, onde foi registrado um problema por conta da chuva, a falta de planejamento fica mais evidente".

Tecnicamente, destacou Álvaro Rodrigues dos Santos em artigo no site Carta Maior, as questões já foram devidamente estudadas e equacionadas pelos especialistas brasileiros. A questão, ele afirma, é política.

É o que ocorre em Sorocaba. A cidade, há décadas, vem sendo administrada por prefeitos vinculados diretamente ao capital imobiliário. Assim, o planejamento urbano acaba sendo voltado aos interesses dos loteadores e comerciantes de imóveis. A grande prejudicada, a população mais pobre, é compelida a buscar moradia em áreas de risco, por falta de políticas públicas efetivas de habitação popular.

E quando a água bate na cintura, vêm as ideias mirabolantes, sem planejamento, meras tentativas de fugir dos problemas: fazer um muro de três metros de altura às margens do rio Sorocaba; construir um piscinão subterrâneo; distribuir botas de borracha.

Esse é o resultado de políticas públicas voltadas à maquiagem urbana, quando o necessário é planejamento real, efetivo, que enfrente os interesses poderosos dos que se julgam donos da cidade. Se nossa prefeitura continuar brincando de "planejamento estratégico" como mera estratégia de marketing político, girando em torno de si mesma, nos próximos anos vamos novamente lamentar "a fúria da natureza".

Hamilton Pereira
deputado estadual

5 de fev. de 2010

Governo Dilma deve aprofundar o combate às desigualdades

Os tucanos não encontram sequer uma brecha para entrar de forma positiva na disputa presidencial.
Em recente entrevista, o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, coordenador do Programa de Governo de Dilma, afirmou que o mesmo deve ser mais à esquerda que o de Lula.
Algo óbvio. O mundo conheceu uma das maiores crises do capitalismo no ano passado, e essa crise tem o DNA neoliberal. No Brasil, a crise tem pai e mãe, quais sejam, PSDB e DEM. É deles a cartilha que prega o estado-mínimo.
Então, conforme todo o resto do mundo, também o povo brasileiro há de esperar que o modelo tucano seja definitivamente enterrado.
Daí a tendência correta de o programa de Dilma ser mais à esquerda.

Veja aqui a entrevista de Marco Aurélio Garcia à respeito.

Insegurança: Roubos e sequestros batem recorde no estado

Em meio aos indicadores de criminalidade, Serra enviou aos deputados a PEC da troca do nome da Polícia Militar para Força Pública


A edição desta terça-feira, 2 de fevereiro, do Diário Oficial do Estado traz números da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo que confirmam uma realidade que os paulistanos conhecem muito bem: a criminalidade está em alta no Estado. Depois de uma década, o número de homicídios voltou a crescer e os roubos bateram um recorde histórico.

Em meio à divulgação dos indicadores de criminalidade, o governador José Serra enviou à Assembleia Legislativa uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe a troca do nome da Polícia Militar, que passaria a chamar-se Força Pública, mas com a mesma hierarquia e disciplina.

A Bancada do PT na Assembléia vai questionar o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, sobre os números da violência no Estado. (LEIA TAMBÉM: Serra achata salários e reduz verba para segurança pública)

Em 2009, 4771 pessoas foram assassinadas no Estado, com registro maior nas cidades do interior ou do litoral. Mas, o número de latrocínios na capital, que é o roubo seguido de morte, também impressiona: foram cem casos, em 2009; no ano anterior, foram 69.

Os registros de roubos aumentaram 18% em relação a 2008 e superaram a marca histórica de 2003. Foram 257.004 casos no ano passado, contra 248.406 em 2003, que era o pior indicador registrado, e 217.967, em 2008.

Em relação aos sequestros, a notícia é ainda pior: as ocorrências cresceram 41,6% em 2009, em relação ao ano anterior. Foram 85 casos contra 60.

A violência policial subiu 27%: 549 pessoas foram mortas em supostos confrontos com a polícia. Em 2008, foram 431 casos.

A avaliação do Governo sobre o agravamento da criminalidade, que atribuiu a elevação dos indicadores de violência a supostos efeitos da crise econômica internacional, é contestada por especialistas.

“Não dá para fazer esta relação entre pobreza e aumento da violência, já que a violência envolve fatores educacionais e a ação do Poder Público”, analisa o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Marcelo Batista Nery.

Em busca de solução

A falta de integração entre as Polícias Civil e Militar é o outro motivo apontado pelos especialistas em Segurança Pública. A falta de sintonia entre as duas corporações foi estimulada pelo Governo Serra, no episódio em que policiais militares foram convocados para reprimir os civis em greve, em 2008.

Sem integração e sintonia entre todas as esferas do Poder Público e, especialmente da Segurança, não há como combater o crime.

Fonte: www.pt-sp.org.br

Ruby é o retrato de um Legislativo fraco

As aventuras do Vereador Ruby nunca acabam. Depois de ser flagrado disputando um racha após alguns goles, o edil enfrentou uma Comissão Parlamentar que investigou o caso e elaborou um relatório medíocre.
Ruby revela, então, um Legislativo sofrível.
Ele próprio tenta sensibilizar o eleitorado sorocabano dizendo-se vítima de uma perseguição por sua origem humilde. Não cola. Sobretudo, porque o Brasil é constituído em sua grande massa por um povo de origem também humilde, e é justamente nessa massa que se encontra a camada mais honesta e correta da população.
Mas seu erro foi claramente demonstrado. A questão principal não é se ele tomou ou não algumas cervejas antes de dirigir, já que naquele momento quem dirigia o veículo era o cidadão Ruby, não o Vereador.
Porém, quando abordado e resolve ter a brilhante ideia de dar uma carteirada no policial, assumiu a condição de parlamentar. Vestiu a farda, por assim dizer. E aí sim concluiu a quebra de decoro.

A lamentável decisão da Comissão

A Comissão Parlamentar que investigou o caso, formada pelos Vereadores Paulo Mendes(PSDB), Anselmo Neto(PP) e Geraldo Reis(PV) tratou a questão com o máximo desprezo ao povo sorocabano. Inventaram uma saída tão ridícula, inocentando o investigado, que até o partido do mesmo, o PMN, ficou com vergonha.
A direção estadual da legenda pediu então a suspensão das atividades partidárias do acusado pelo período de seis meses.
É pouco, quase nada, já que ele continuará exercendo o mandato, mas já é alguma coisa.
Quanto aos três que jogaram a sujeira pra debaixo do tapete, é bom que esperem o tempo de seus próprios julgamentos, em 2012.
Os poucos bons vereadores da Câmara de Sorocaba, como os petistas Izídio e França, que se cuidem pra não serem jogados na mesma vala pelo senso comum.

3 de fev. de 2010

SOROCABA: NAU A DERIVA


A avalanche de escândalos que assolou a cidade de Sorocaba no ano passado deixou o governo Lippi completamente sem rumo.
Antes disso, ao menos havia um plano de governo em curso. Equivocado em vários aspectos, é verdade, mas havia um plano. Injusto, elitista, neoliberal, utilize o adjetivo que quiser para admitir que ele (o plano) existiu.
O desmonte da administração não é de responsabilidade de outros, senão daqueles que cometeram as irregularidades e daquele que nomeou os tais para cargos de primeiro escalão. Mas quem paga a conta da inoperância do governo é o povo.
Não é novidade que a cidade está perdendo recursos por falta de projetos. Dia desses o prejuízo foi na área de esportes, que perdeu verba do Governo Federal por não apresentar o tal projeto.
O próprio governador de São Paulo disse esta semana desconhecer o pleito por recursos para o combate às enchentes (e convenhamos, mesmo que soubesse do pleito, creio que o dinheiro não viesse tão já, Vide o Poupa Tempo, há tanto prometido e que até agora é só um terreno mal cuidado).
Os moradores do Parque São Bento II ficarão bravos quando souberem disso, mas o contrato firmado entre a Prefeitura de Sorocaba e a Caixa Econômica Federal para a liberação de R$ 1,5 milhões para obras de infra-estrutura no bairro foi rescindido pelo fato de a Prefeitura não ter cumprido os prazos para envio de documentos. Ou seja, o bairro continuará com os problemas de hoje.
Não é de estranhar, portanto, que mesmo após três dias sem chuva, ainda haja vias interditadas por alagamento. A inoperância é tanta, que nem a manutenção básica para se evitar os alagamentos, ou diminuir seus efeitos, foi feita.
Quem não se lembra das máquinas que faziam parte da paisagem da Marginal Dom Aguirre e que sempre fizeram o serviço de desassoreamento do rio Sorocaba em determinados pontos? Isso sempre foi feito. Agora, é mais fácil culpar o excesso de água.
Por mais que o volume de chuva esteja sendo maior que o esperado, é anormal que em três dias sem chuva as águas não encontrem caminho em seu curso natural.
E Lippi está cada vez mais parecido com Maluf, ou melhor, com Pitta, parecido com o primeiro é Amary, que o elegeu. Agora deu de propor planos inusitados de combate a enchente.
Tal qual os ex-prefeitos da capital paulista, inventa obras como um piscinão subterrâneo na Praça Lions, um muro que “segure” o rio e, a única proposta já executada, a distribuição de galochas para as vítimas de inundações. A medida é correta, mas não deixa de ser ridículo perceber que a única ação da Prefeitura de uma das maiores cidades do estado e do país, num caso complicado como esse, é distribuir botas de borracha.
Salve-se quem puder, porque a nau está à deriva. E ainda restam três anos de governo pra essa turma.

2 de fev. de 2010

Meus sinceros agradecimentos

Encerrou-se ontem a tarefa a mim atribuída de, pelo segundo mandato, presidir o Diretório Municipal do PT.
Tive a honra e o privilégio de representar um dos maiores partidos de esquerda do mundo, numa das maiores cidades do estado de São Paulo. E creio que entre erros e acertos o saldo tenha sido positivo.
Entendo que a maior de todas as tarefas dos petistas nos últimos sete anos tem sido a prática constante do debate e da busca do convencimento de que há em curso apenas dois grandes projetos de país no Brasil de hoje. Um, liderado pelo PT e construído em conjunto com aliados estratégicos como o PCdoB. E outro, liderado pelo PSDB e apoiado por aliados como o DEM (PFL).
Quanto a isso, não me restam dúvidas de que o PT em Sorocaba conseguiu estabelecer esse debate. Sobretudo, fazendo as críticas necessárias ao modelo de gestão tucana na cidade, mas sempre com apontamento de soluções. Sempre dizendo como faríamos se fossemos governo. Aliás, como faremos, porque seremos governo em breve, não tenho dúvida.
Entendo que esteja cada vez mais claro para o povo brasileiro que esses dois projetos são antagônicos e que o nosso é o único que fez a opção estratégica de se colocar ao lado dos mais humildes, dos pobres e dos explorados.
O PT é e continuará sendo uma obra em construção. E agradeço a cada companheiro e a cada companheira que nos últimos quatro anos auxiliaram essa direção pelo empenho, pela força, pela luta e pela generosidade que sempre demonstraram.
Meu muito obrigado, muita sorte ao companheiro Triniti e aos novos membros do Diretório Municipal e viva o PT!

1 de fev. de 2010

Vox Populi: Dilma sobe nove pontos, vai a 27% e se aproxima da liderança

A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República, subiu nove pontos em pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto Vox Populi e se aproximou do tucano José Serra, que caiu cinco pontos no mesmo levantamento.

A pesquisa, divulgada na sexta-feira à noite (29) pela TV Bandeirantes, foi realizada entre os dias 14 e 17 de janeiro e ouviu duas mil pessoas em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Segundo o Vox Populi, Serra caiu de 39% (em dezembro) para 34% agora, enquanto Dilma subiu de 18% para 27%.

O instituto também apurou que 30% dos eleitores votariam “com certeza” no candidato apoiado pelo presidente Lula.

Veja abaixo a posição dos concorrentes, em cenários com e sem Ciro Gomes (PSB):

Cenário 1
José Serra (PSDB) – 34%
Dilma Rousseff (PT) – 27%
Ciro Gomes (PSB) – 11%
Marina Silva (PV) – 6%

Cenário 2
José Serra (PSDB) – 38%
Dilma Rousseff (PT) –29%
Marina Silva (PV) – 8%

Fonte: www.pt.org.br