Pedagiômetro

14 de out. de 2010

Bancada petista entra com representação sobre caso Paulo Preto

Fonte: Hamilton Pereira
A Bancada do PT apresentou na tarde de quarta-feira (13/10) novas denúncias envolvendo o ex-governador de São Paulo José Serra, o ex-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, e o atual José Max Reis Alves.
As denúncias de tráfico de influência, desvio de dinheiro público e improbidade administrativa endossam a representação que os deputados petistas encaminharam no dia seguinte à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo.
"Trata-se de uma trajetória repleta de episódios nebulosos, inclusive uma prisão em flagrante por receptação de joia roubada", disse o líder da Bancada do PT, Antônio Mentor, em referência a Paulo Vieira de Souza, acusado até pela cúpula do próprio PSDB de ter fugido com R$ 4 milhões arrecadados para a campanha eleitoral tucana.
Para o Deputado Estadual reeleito Hamilton Pereira, o caso é nebuloso. "Segundo a imprensa, Preto arrecadou dinheiro em nome da campanha tucana. Mas como era dinheiro que não seria contabilizado, o famoso Caixa 2, o partido ficou a ver navios". Para ele, é importante que a Procuradoria paulista intervenha no caso.
Favorecimento
Preto foi demitido da Dersa em 09/04/2010 - uma semana depois de o ex-governador José Serra ter deixado o cargo, para candidatar-se à Presidência. Mas em 2009, ele foi ainda acusado de favorecimento na indicação da própria filha, a advogada Priscila Arana de Souza Zahran, para o Escritório Edgard Leite Advogados Associados, que defende a Dersa e as mesmas construtoras que deveriam ser fiscalizadas pela estatal, no Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado.
Deputado eleito e presidente do PT Estadual, Edinho Silva, destacou o acesso a informações privilegiadas que a advogada tinha, ao atuar em um escritório que atendia empreiteiras fiscalizadas por se próprio pai. "É evidente o conflito de interesses", explicou Edinho.
As empreiteiras atendidas pelo escritório onde trabalha a filha do ex-presidente da Dersa atuaram nas principais obras viárias do Estado, como o Rodoanel, a Nova Marginal e a extensão da Avenida Jacu-Pêssego. Paulo Vieira de Souza era o responsável, por exemplo, por autorizar o pagamento a estas empreiteiras.
"O contrato mais emblemático refere-se à extensão da Avenida Jacu-Pêssego. Nós, da Bancada do PT, fomos até a Dersa, por causa das desapropriações que a obra iria provocar. Paulo Preto foi acintoso, violento e ameaçador", relatou o deputado Adriano Diogo.
Além da proximidade com Serra - que negou conhecê-lo quando foi questionado pela candidata Dilma Rousseff em debate na TV Bendeirantes --, Preto é muito ligado ao senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes. A filha dele, a advogada Priscila Arana, e a mãe dela, Ruth de Souza, são responsáveis por um empréstimo de R$ 300 mil a Nunes para a compra de um apartamento em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. O empréstimo foi pago sem juros.
A representação dos deputados petistas também pede à Procuradoria investigação sobre o atual presidente da estatal, José Max Reis Alves, que já integrava a diretoria da Dersa na gestão de Paulo Vieira de Souza e foi acusado de participar do Esquema PC Farias, a máfia que atuou durante o Governo Collor, no início da década de 90.
Outra representação
Esta é a segunda representação que a Bancada do PT envia à Justiça sobre o ‘caso Paulo Preto'. O primeiro pedido de investigação, formulado em maio de 2009, está vinculado à Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. "Estive reunido na semana passada com o Procurador (Fernando Grella Vieira) e o caso tramita em segredo de Justiça", explicou o deputado Antônio Mentor.
No último final de semana, o ex-governador e atual candidato à Presidência da República, José Serra, tentou negar as relações com o engenheiro Paulo Preto. "Eu não sei quem é Paulo Preto", disse Serra ao ser perguntado sobre Paulo Vieira de Souza. Mas, no dia 12 de outubro, Serra saiu em defesa do ex-presidente da Dersa e disse que ele é inocente e também que já foi eleito o Engenheiro do Ano.

Um comentário:

  1. Esse DERSA tem mais coelho do que qualquer outra coisa, a propósito onde trabalhava o pai milionário de Suzana (e) Richtoff, o milionário pai assassinado pelos genros?

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