Pedagiômetro

30 de set. de 2009

A vez de Ferrari

O tal segundo Secretário mencionado no depoimento da empresária Ivanilde Vieira é mesmo o Secretário de Desenvolvimento de Sorocaba José Dias Ferrari, que até a queda de Daniel de Jesus ocupava a pasta de Obras e Urbanismo.
Segundo o noticiário da TV Tem, nas próximas horas o Prefeito Vitor Lippi deve se posicionar a respeito.

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Ferrari foi um dos coordenadores da campanha eleitoral de Lippi e cuidava da captação de recursos da mesma.
O hipermercado Extra (Companhia Brasileira de Distribuição) fez duas doações para a campanha do candidato do PSDB, ambas de trinta mil reais.
Quem levantou a lebre foi o Deputado Raul Marcelo, que oficiou a Polícia e a Procuradoria Eleitoral a respeito.
O Extra também doou recursos para a campanha de Ivanilde Vieira à Câmara de Sorocaba.

Corrupção em Sorocaba: é preciso politizar o debate

Desde a queda do primeiro Secretário, dos sete exonerados até o momento desta postagem, do Governo Lippi, tenho procurado estabelecer o debate político em torno de tais fatos.
Não acredito, não defendo e não trabalho com acusações pessoais. Lamento pelo fato de parte da imprensa ter dado mais importância ao fato de ter comentado a relação particular do Secretário Biazotto com pessoa próxima a empresária Ivanilde, do que a todo o resto que disse. Do confronto de modelos, por exemplo.
No mais, o discurso adotado pelo Prefeito Vitor Lippi também não contribui em nada com o combate a esse estado de absoluta ingerência estabelecido na Prefeitura de Sorocaba. Dizer que a cidade vai bem e que as acusações dos petistas constituem meras "maldades" é tão vazio quanto pobre. Ele reúne condições de ir além disso.
Mais uma vez afirmo que o problema não está nas pessoas, mas no modelo de gestão adotado pelo PSDB em Sorocaba. Cedo ou tarde, os problemas surgiriam.

29 de set. de 2009

Humor na hora errada...

Em todo velório tem aquele engraçadinho que resolve contar alguma piada pra descontrair o ambiente.
Ontem foi assim. É claro que notícias como a da prisão de uma empresária local e o afastamento do mais importante dos Secretários de Lippi cria um ambiente tenso e de expectativa no meio político.
Mas não dá pra segurar a criatividade de certos companheiros...
Ainda pela manhã, quando o assunto era a direção perigosa e a cervejinha a mais do vereador Ruby, um certo companheiro saiu atirando dizendo que o nobre passara a se chamar "Ruby Barrichello".
No final da tarde, quando surgiu a notícia da prisão de Ivanilde e do afastamento de Biazotto, uma outra mente brilhante completou a piada dizendo que "Ruby era mesmo como Barrichello, até em corrida de notícia ruim consegue chegar em segundo."

Bancada petista pedirá CPI

Ainda sobre a operação Pandora, responsável pela prisão da empresária Ivanilde Vieira e pelo afastamento do Secretário Maurício Biazotto, a bancada do PT na Câmara de Sorocaba deverá protocolar até quinta-feira pedido de instalação de CPI para averiguar suposta participação de membros do governo tucano no esquema.

28 de set. de 2009

Caso Ivanilde: mais um exemplo da relação espúria entre o público e o privado no governo Lippi

A gestão, as relações, os valores, os princípios, enfim, há muita coisa que difere o modelo de administração pública do adotado na iniciativa privada.
Por exemplo, na iniciativa privada um pai que encoraja o filho a assumir parte no comando de sua empresa, está preocupado com seu patrimônio e com o futuro de sua família. Na área pública, isso é nepotismo e é proibido.
Há vários outros exemplos que poderia apontar, mas o objetivo deste texto é retomar o debate quanto aos princípios que norteiam as gestões pública e privada, e o quanto a confusão entre os dois pode ser prejudicial.
Em suma, a administração privada se preocupa em produzir o máximo, com o mínimo de investimento, de forma a buscar eficiência em torno dos lucros e da produtividade.
Na gestão pública, economia e bom uso dos recursos também é importante, mas não é só. Nessa área também é preciso que se tenha respeito aos princípios constitucionais da administração. Tais como a moralidade, a publicidade dos atos e a atenção ao interesse público.
É preciso ter vocação para trabalhar no setor público. Saber olhar adiante, muito além de números e de negócios.
E é justamente aí que os governos do PSDB em Sorocaba vem pecando. Implantaram um modelo absolutamente gerencial na cidade, que passou a ser administrada como se empresa fosse.
Aí, quando se discute política de transporte, por exemplo, ao invés de se discutir formas de se melhorar o sistema público, investe-se na construção de novos anéis viários. Quando se debate a saúde, se decide pela construção de um grande prédio para abrigar uma Unidade Básica de Saúde, como a do Wanel Ville, sem pensar na contratação de médicos que trabalhem na mesma.
A princípio, como o orçamento de Sorocaba cresceu demais nos últimos anos, a impressão passada foi a de um momento de importante desenvolvimento. Porém, quando a poeira abaixou, pode-se perceber que tal modelo não produziu muita coisa além de pura maquiagem.
Demorou, mas a cidade começou a sentir os efeitos disso.
O primeiro sinal veio com o sentimento de paralisação, percebido neste ano, quando as finanças emagreceram um pouquinho e o governo municipal não teve condições de tocar sequer uma obra.
O segundo, e mais violento, é a percepção de que o governo Vitor Lippi perdeu completamente o sentido de certo ou errado, do público e do privado, do moral e do imoral.
Reuniu-se um grupo de administradores da escola privada, que transferiu seus conhecimentos para a área pública. Simples assim.
Aí se descobre que um Secretário resolveu isentar de impostos empresa de seu pai, outro comprou carro a preço de custo direto da montadora, outro se acha acima do bem e do mal e resolve fazer festinhas em motel com adolescentes, e por aí vai.
A prisão da empresária Ivanilde Vieira teria pouca, ou nenhuma, importância para o Prefeito se as relações estabelecidas entre eles fossem meramente pessoais. Mas não o são.
O Secretário de Governo Maurício Biazoto é casado com a assessora de Ivanilde.
Só isso? Não. Ele também foi citado durante as investigações do caso e há suspeitas de que a empresária gozava de muita “influência” na Prefeitura para liberar licenças de funcionamento para novos postos de combustível.
Pra bom entendedor, meia palavra basta. E no caso do governo Lippi, muitas já foram ditas.

Polícia prende empresária Ivanilde Vieira

A empresária Ivanilde Vieira foi presa na tarde desta segunda-feira (28) sob a acusação de comandar um esquema de cobrança de propina envolvendo donos de postos de combustível. O secretário de Governo de Sorocaba, Maurício Biazotto, foi citado no caso e pediu afastamento do cargo até que as investigações sejam concluídas.

Leia mais aqui.

Veredor Rubi é preso

É tudo o que os que são contra o aumento do número de vereadores da cidade queria, um "nobre edil" de Sorocaba flagrado dirigindo embriagado.
Some-se a isso a notícia ainda mais assustadora da semana passada, quando o ex-vice-prefeito de Itu, atual vereador em Ribeirão Preto, Oliveira Júnior, foi acusado de ser o mandante de um homicídio.
Em tese, o aumento do número de vereadores não é ruim. Aumenta a representatividade. Aproxima o povo de seus representantes e fortalece o Legislativo, que além de elaborar e discutir leis, também tem o dever de fiscalizar o Executivo.
Considerando-se o fato de a Emenda Constitucional que permitiu o aumento do número de vereadores também determinar a diminuição do teto de gastos das Câmaras, restam-nos dois argumentos contrários a tal aumento:
1. a incompetência das Casas Legislativas em geral para a gestão dos recursos públicos. A Câmara de Sorocaba, por exemplo, poderia diminuir razoavelmente sua estrutura de comunicação e aumentar os gastos em assessoria técnica para os vereadores. Assim como poderia realizar campanhas de valorização do Legislativo e de esclarecimento sobre as funções de um Vereador. Portanto, se aumentar o número de vereadores significar aumento de gastos, é por incompetência de quem gere os cofres, pois o tamanho do caixa é o mesmo para um, ou para cem vereadores;
2. a qualidade cada vez mais sofrível de nossos representantes. A prisão do Ver. Rubi é só um exemplo.
E não adianta argumentar que os eleitos são o reflexo de quem os elege. Não é verdade. Há, nesses casos, culpa de muita gente. Principalmente daqueles que se beneficiam pelo fato de a maioria da população não saber pra que serve um Vereador.
Creio que ninguém mais deve tolerar essas situações. A Câmara de Sorocaba deve avaliar a quebra de decoro praticada por Rubi e se for o caso, cassar seu mandato. Mas é o povo quem deve dar a maior lição e eliminar essas figuras da vida pública através do voto.

A saúde que anda mal

Lippi resolveu rasgar o verbo. Disse, na semana passada, que agora basta. Chega de negociar com os médicos e que aqueles que não estiverem satisfeitos em trabalhar na Prefeitura de Sorocaba, que peguem o boné e se retirem. Alega que não possuem "vocação" para o serviço público.
O Prefeito também reclamou da postura daqueles que, segundo ele, estariam trabalhando com a tal "operação tartaruga", onde os profissionais deliberadamente realizariam procedimentos lentamente, sem parar os atendimentos, mas prejudicando-os com filas.
Pois bem, ouvidos, os médicos dizem que estão trabalhando de acordo com a orientação da Organização Mundial de Saúde, onde os atendimentos devem durar em torno de quinze minutos.
Fazendo isso, mostram o quanto o sistema de saúde pública de Sorocaba é falho. E é isso que irrita Lippi, que quer atendimentos médios de três minutos.
Enfim, nada parece se resolver. Hoje a Câmara votará projeto que reforma a estrutura de trabalho dos profissionais da saúde, o que deve desmobilizar o movimento dos médicos, já que atende enfermeiros, atendentes e dentistas.
De qualquer forma, pelo andar da carroagem, haverá nova greve no mês de outubro.

25 de set. de 2009

Newsweek: "Lula é o político mais popular da Terra"



Reportagem define trabalho de Lula no Brasil como 'espetacular' e afirma que ele "resiste bem à tentaçao de um 3° mandato"

Veja a matéria no Terra

Parte da imprensa brasileira divulga um outro país

Interessante comparar os noticiários de parte importante da imprensa brasileira e da internacional sobre os mesmos fatos, nos últimos dias.
Sobre a crise institucional de Honduras, a imprensa estrangeira tem enaltecido a postura do Presidente Lula.
O Presidente democraticamente eleito pelo povo daquele país e deposto por um governo ditador buscou refúgio na embaixada brasileira. Pedido atendido pelo governo brasileiro.
Lula, tem afirmado que deixar um governo eleito ser derrubado e assistir a isso passivamente é um mal que atinge muito mais que o povo hondurenho. Atinge os princípios de uma sociedade livre.
A rede BBC entrevistou o Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, que elogiou a postura do governo brasileiro e disse que "O governo do Brasil está atuando bem e atuou com o respaldo de toda – toda com letras maiúsculas – a comunidade internacional".
Parte da grande mídia do Brasil ainda questiona tal postura. Alguns noticiários dizem que é preciso cuidado, pois quem defende a volta do Presidente Zelaya são "somente" Lula, Chavez e Evo Morales.
É a volta do "eixo do mal", ou é a militância tucana afinada?

22 de set. de 2009

Mais de 25 milhões de pobres passaram à classe média no Governo Lula

Mais de 31 milhões de brasileiros evoluíram de classe social no período 2003-2008. Desse total, 19,3 milhões de pessoas saíram da miséria e outras 12 milhões ascenderam em outras classes sociais, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas, baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio divulgada na semana passada pelo IBGE. Somente no ano passado, segundo o estudo da FGV, 3,8 milhões de pessoas ascenderam da classe E (renda familiar mensal inferior a R$ 768,00); mais 5,2 milhões subiram à classe média; e outros 1,7 milhão de brasileiros entraram na classe AB.

A pesquisa Consumidores, Produtores e a Nova Classe Média concluiu que a parcela miserável de brasileiros diminuiu de 28% da população, no período 1995/2003, para 16,02%, no período 2003/2008, e é formada agora por 29,3 milhões de pessoas.

Veja a matéria na íntegra no site do Dep. Hamilton Pereira.

Estado mínimo é uma tese falida, afirma Dilma em entrevista

Do site do PT Nacional:

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, edição de domingo (20), a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmou que o Estado mínimo é uma “tese falida”, que “só os tupiniquins” aplicam. Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo “está contra a corrente” e “contra a realidade”.
Ainda na entrevista, Dilma sai em defesa do presidente Lula diante das críticas de que ele adotou uma política “intervencionista e estatizante”. “Os empresários podem falar o que quiserem, que é democrático. O presidente da República não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista. Diríamos assim, não é justo”, protestou Dilma.

Leia a matéria e a entrevista na íntegra aqui.

Bravas mulheres!

Os registros históricos no Brasil são ingratos em relação às mulheres. Muitas, em diversos momentos da história, lutaram em busca de seus ideais. Sofreram torturas; morreram. Contudo, deixaram um legado que jamais deverá ser esquecido por nós brasileiros.

Muitas índias foram estupradas nas mãos dos colonizadores. As mulheres negras que se rebelavam contra a escravidão.

Aquatune, escrava, liderou uma fuga de escravos até o Quilombo dos Palmares, tendo posteriormente, governado uma das aldeias.

Martin Afonso de Souza, donatário da capitania de São Vicente em São Paulo, desinteressado no desenvolvimento do país, utilizava-a apenas para exploração. Diante disso, nomeou Ana Pimentel para que cuidasse. E foi ela que deu início ao plantio de arroz, laranja, trigo e à criação de gado.

Na Insurreição Pernambucana de 1817, cinco anos antes do Grito do Ipiranga, Bárbara de Alencar, fora uma das líderes, proclamando a independência do Brasil e se tornando a primeira mulher presa política da história de nosso país.

De 1835 a 1845, houve a Revolução Farroupilha, de caráter republicano, contra o governo imperial, destacando-se Anita Garibaldi. Tempos depois, lutou pela libertação e unificação do povo italiano.

Participação marcante na Guerra da Independência, de 1822/1823, Maria Quitéria se vestiu de homem, fazendo-se passar pelo cunhado Cordeiro de Medeiros, com o intuito de derrotar os portugueses e garantir a independência do Brasil.

Como se esquecer de Salvadora Lopes, primeira vereadora do Brasil, eleita em Sorocaba.

Enfim, a reflexão nos trás mais uma quebra de tabu: a eleição de uma mulher, ex-presa política, torturada, de classe média-alta, poliglota, que lutou muito por idealismo e em nada por interesse particular, podendo se tornar a primeira presidenta da República Federativa do Brasil: Dilma Roussef.

Só depende de nós...

Daniel Lopes

Esse bom texto foi escrito pelo companheiro Daniel Lopes, militante petista e assessor do Dep. Paulo Teixeira, além de ser um dos idealizadores do blog Bah!Caroço.

21 de set. de 2009

Lula: Resultados da Pnad revelam avanço nas conquistas sociais do povo brasileiro

Do site do PT Nacional:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (21), em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente, que os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008 revelam “avanço nas conquistas sociais do povo brasileiro”.

Lula disse que melhorar as condições de vida das pessoas por meio do aumento da massa salarial, da coleta de esgoto e de moradias demonstra que o país “encontrou, definitivamente, seu caminho”.

“Estamos melhorando a vida das pessoas. Agora, mais importante ainda é que a gente continue garantindo que as pessoas tenham, ano a ano, as conquistas. Depois que vier uma outra pessoa governar este país, se ela continuar fazendo com que haja avanço nas conquistas das pessoas, a gente pode concluir que, dentro de mais dez ou 15 anos, estaremos em um patamar de desenvolvimento e de conquista social muito mais importante para o povo brasileiro”, afirmou.

Governo de Sorocaba erra no foco de suas políticas

Há algum tempo tenho acompanhado o conflito existente no bairro Santo André II, em Sorocaba.
Em resumo, a situação é a seguinte: há alguns anos o movimento de moradia ocupou a área onde hoje o bairro está consolidado. Após algum tempo de negociação com o então proprietário do local, fundou-se uma Cooperativa que tratou da compra do terreno, bem como da urbanização e infra-estrutura necessárias.
Em valores corrigidos, mais de R$ 2,5 milhões foram pagos por aqueles moradores.
O conflito então encontra-se intalado. As mais de 370 famílias que ali residem querem ver sua condição regularizada, o (ex)proprietário da área quer receber o que considera devido e a Prefeitura..., bom o Prefeito Vitor Lippi quer tirar 40 casas da área para que um viaduto passe pelo local. Trata-se de um dos trechos do novo anel viário da cidade. No mais, quanto as outras famílias, até agora só promessa.
Na semana passada, estive com o Dep. Hamilton e uma comissão de moradores e vereadores de Sorocaba em Brasília, onde se buscou encontrar alternativas para regularização da área.
A síntese que se tem daquela reunião é que o Prefeito de Sorocaba ainda não ajustou nenhum projeto viável junto ao Governo Federal para buscar recursos para esse fim.
Também se recusa a transformar referida área em Zona de Especial Interesse Social, o que facilitaria muito a negociação.
Ontem, estive no bairro acompanhando assembléia dos moradores e pude notar um povo unido e concentrado na luta.
A conclusão a que chego é que Vitor Lippi terá muito trabalho para passar o tal viaduto no bairro se não priorizar a regularização daquelas moradias. Precisa entender que a segurança de um teto e a importância de se ter um endereço digno fazem toda a diferença e que isso vem antes que qualquer ponte ou avenida.

O custo do apagão

O apagão elétrico do governo FHC custou R$ 237,00 por cabeça.
Segundo dados oficiais esse foi o valor com que cada brasileiro teve que arcar por conta da incompetência do governo tucano na gestão daquele setor.
E só pra lembrar, as concessões do sistema energético vencem em 2015, ano em que o governo brasileiro poderá optar por abrir novas concorrências, ou retomar o controle dos serviços de geração e distribuição de energia elétrica no país.

18 de set. de 2009

LULA PROPÕE UMA "CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS SOCIAIS"

A entrevista concedida pelo Presidente Lula ao "Valor Econômico" é certamente uma das mais importantes dos últimos anos. Mostra um Lula preparado e com domínio absoluto das ações de seu governo.
Como o texto é a entrevista são longos, destaquei apenas os principais trechos.
Pra quem se interessar pela leitura na íntegra,
clique aqui.

Autor(es): Claudia Safatle, Maria Cristina Fernandes, Cristiano Romero e Raymundo Costa
Fonte: Valor Econômico - 17/09/2009

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende mandar ao Congresso ainda este ano um projeto de lei para consolidar as políticas sociais de seu governo. A ideia é amarrar no texto da lei uma "Consolidação das Leis Sociais", a exemplo do que, na década de 50, Getúlio Vargas fez com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Diz que, para este projeto, não vai pedir urgência. "É bom mesmo que seja discutido no ano eleitoral".

Faz parte dos planos do presidente também para este ano encaminhar ao Congresso um projeto de inclusão digital. "Será para integrar o país todinho com fibras óticas", adiantou.

Na primeira entrevista concedida após a grande crise global, Lula criticou as empresas que, por medo ou incertezas, se precipitaram tomando medidas desnecessárias e defendeu a ação do Estado. "Quem sustentou essa crise foi o governo e o povo pobre, porque alguns setores empresariais brasileiros pisaram no breque de forma desnecessária".
(...)
O presidente defendeu a expansão de gastos promovida por seu governo, alegando que o Estado forte ajudou o país a enfrentar a recente crise econômica. "A gente não deveria ficar preocupado em saber quanto o Estado gasta. Deveria ficar preocupado em saber se o Estado está cumprindo com suas funções de bem tratar a população."
(...)
Na entrevista ao Valor, concedida na manhã de ontem em seu gabinete no Centro Cultural do Banco do Brasil, o presidente falou por uma hora e meia. Fumou cigarrilha na última meia hora da entrevista e não se recusou a falar de seu futuro político quando deixar a Presidência. "Gostaria de usar o que aprendi na Presidência para ajudar tanto a América Latina quanto a África a implementar políticas sociais, mas primeiro preciso saber se eles querem, porque de palpiteiro todo mundo está cansado". Sobre uma nova candidatura em 2014, o presidente foi direto: "Se Dilma for eleita, ela tem todo direito de chegar em 2014 e falar "eu quero a reeleição". Se isso não acontecer, obviamente a história política pode ter outro rumo".

A entrevista:

Valor: Passado um ano da grande crise global, a economia brasileira começa a se recuperar. Além do pré-sal, qual a agenda do governo para o pós crise?

Luiz Inácio Lula da Silva: Ainda este ano vou apresentar uma proposta sobre inclusão digital. E, também, uma proposta consolidando todas as políticas sociais do governo.

Valor: Inclusive, o Bolsa Família, o salário mínimo?

Lula: Todas. Vai ter uma lei que vai legalizar tudo, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Será uma consolidação das políticas públicas para sustentar os avanços conquistados. Tudo o que foi feito, até as conferências nacionais, porque nós só temos legalizada a da saúde.

Valor: Mas o governo ainda não conseguiu sequer aprovar a política de valorização do salário mínimo?

Lula: A culpa não é minha. Mandei (para o Congresso) já faz um ano e meio. Sou de um tempo de dirigente sindical que, quando a gente falava de salário mínimo, as pessoas já falavam logo de inflação. Nós demos, desde que cheguei aqui, 67% de aumento real para o salário mínimo e ninguém mais fala de inflação. O projeto que nós mandamos é uma coisa bonita. É a reposição da inflação mais o aumento do PIB de dois anos atrás. Quero consolidar isso porque acho que o Brasil tem que mudar de patamar.

Valor: O senhor vai pedir urgência?

Lula: Não. É ótimo que dê debate no ano eleitoral. Quando eu voltar de viagem, vou ter uma reunião com todos os ministros da área social e vamos começar a trabalhar nisso.

Valor: E a inclusão digital?

Lula: Esta eu quero mandar também este ano. Será para integrar o país com fibras óticas. O Brasil precisa disso. Eu dei 45 dias de prazo, ontem, para que me apresentem o projeto de integração de todo o sistema ótico do Brasil.

Valor: O que mais será feito?

Lula: Uma proposta de um novo PAC para 2011-2015, que anunciarei em janeiro ou fevereiro. Porque precisamos colocar, no Orçamento de 2011, dinheiro para a Copa do Mundo, sobretudo na questão de mobilização urbana. E, se a gente ganhar a sede das Olimpíadas, já tem que ter uma coisa mais poderosa nisso.
(...)
Valor: A capacidade administrativa da ministra Dilma Rousseff, apesar do seu pouco carisma, e a confiança que o senhor tem em seu trabalho são suficientes para fazer dela uma candidata?

Lula: Quantos políticos têm carisma no Brasil? Se dependesse de carisma, Fernando Henrique Cardoso não teria sido presidente. Se dependesse de carisma, José Serra não poderia nem ser candidato. Carisma é uma coisa inata. Você pode aperfeiçoar ou não. Sempre é bom ter um pouco de carisma. O Jânio Quadros tinha carisma. Ficou só seis meses aqui. Estou dizendo que para governar este país é preciso um conjunto de qualidades. E a primeira qualidade é ganhar eleição. Tem que ter muita humildade, determinação do projeto que vai apresentar. Tem que provar que é capaz de gerenciar. Hoje, com sete anos de convivência, não conheço ninguém que tenha essa capacidade gerencial da Dilma. Às vezes as pessoas falam ´ela é dura´. Mas é que a mulher tem que ser mais dura mesmo.

Valor: Por quê?

Lula: Porque numa discussão política, para você se impor no meio de 30 ou 40 homens, é assim. A Dilma é muito competente. Feliz do país que vai ter uma disputa que pode ter Dilma, Serra, Marina, Heloísa Helena, Aécio. Houve no país um avanço qualitativo nas disputas eleitorais. O Fernando Henrique e eu já fomos um avanço extraordinário. Fico olhando e vejo que não tem um único candidato de direita. Isto é uma conquista extraordinária de um Brasil exuberante. É evidente que Serra tem discordância da Dilma e vice-versa, mas ninguém pode acusar um e outro de que não são democratas e não lutaram por este país.

Valor: Qual é a diferença entre eles?

Lula: Vai ter. Se for para fazer (um governo) igual não tem disputa. E, aí, o povo vai escolher por beleza... Não sei se serão só os dois. Mas são candidatos de qualidade.

Valor: Privatizar ou não privatizar pode ser a diferença?

Lula: Não.

Valor: Por que o senhor é contra a privatização?

Lula: Tudo aquilo que não é de interesse estratégico para o país pode ser privatizado. Agora, tudo o que é estratégico, o Estado pode fazer como fez com a Petrobras e o Banco do Brasil.
(...)
Valor: O senhor é o presidente mais popular da história do Brasil. No entanto, este Congresso é um dos mais desmoralizados. Por que o PT fracassou na condução do Congresso?

Lula: Você há de convir que a democracia no Brasil funciona com muito mais dinamismo que em qualquer outro lugar do mundo. O PT elegeu 81 deputados em 513 e 12 senadores em 81. A gente precisa dançar mais flamenco do que em qualquer país do mundo. Você vai ter que ter mais jogo de cintura. Exercitar a democracia é convencer as pessoas, é sempre mais difícil.

Valor: Por quê?

Lula: O Congresso é a única instituição julgada coletivamente. Se não teve sessão você fala: ´Deputado vagabundo que não trabalha´. Agora, nunca cita os que estiveram lá, de plantão, o tempo inteiro. Quando era constituinte, eu ficava doido porque ficava trabalhando até as duas, três horas da manhã. O Ulysses (Guimarães) ficava uma semana sem votar. Quando ele começava a votar, aquilo varava a noite. No dia seguinte, pegava o jornal, que dizia ´sessão não deu quórum porque os deputados não foram trabalhar´. Mas havia lá 200 em pé. Toda vez que vou a debates com estudantes, em inauguração de escolas, eu falo isso: ´Se vocês não gostam de política, acham que todo político é ladrão, que não presta, não renunciem à política. Entrem vocês na política porque, quem sabe, o perfeito que vocês querem está dentro de vocês´.
(...)
Valor: O que o senhor pretende fazer depois que deixar o governo?

Lula: Não sei. A única coisa que tenho convicção é que não vou importunar quem for eleito.

Valor: Todo mundo tem medo que o senhor volte em 2014...

Lula: Medo? Acho que deveria ter alegria, se eu voltasse. Na política a gente tem de ter sempre o bom senso. Vamos supor que a Dilma seja eleita presidente da República...

Valor: E se ela perder a eleição? O senhor vai se sentir pressionado pelo PT a disputar em 2014?

Lula: Vou trabalhar para o povo votar favoravelmente, mas, se votar contra, vou ter o mesmo respeito que tenho pelo povo. Se ela for eleita, tem todo o direito de chegar a 2014 e falar ´eu quero a reeleição´.

Valor: E se ela não for eleita?

Lula: Não trabalho com essa hipótese, mas obviamente que, se não acontecer o que eu penso que deve acontecer, a história política pode ter outro rumo.
(...)
Valor: Qual vai ser o discurso da sua candidata?

Lula: Vamos deixar a candidata construir. Mas eu acho o seguinte: o que eram as campanhas passadas? Quem vai controlar a inflação, o salário mínimo de US$ 100, não era isso? Isso acabou. Não se fala mais em FMI, não se fala mais em salário mínimo de US$ 100, não se fala mais em inflação.

17 de set. de 2009

Lippi sofre por ser omisso e conivente

Difícil entender como o governo de Vitor Lippi, reeleito com expressiva aprovação popular (o que não significa que seja igualmente positivo em seu conteúdo) possa passar por processo tão rápido de deterioração.
A cidade está absolutamente parada, mesmo que o Prefeito não goste que digam isso. Mas é só olhar para o ritmo das obras da cidade e comparar com o alucinante ritmo do ano passado, quando, poucos meses antes do início da campanha oficial a Prefeitura tocava obras aos montes e ao mesmo tempo. O trânsito estava insuportável, os desvios eram irritantes, mas a impressão que se passava era a de uma cidade em obras. Pura campanha com a máquina pública.
Pois bem, além do fato de a eleição ter passado e de seu "custo político" ainda não ter sido inteiramente pago por Lippi, há também uma característica de seu governo que só se torna mais clara agora: a omissão e a conivência do prefeito frente a desvios éticos de membros de sua equipe.
O ex-secretário Daniel de Jesus Leite agiu de forma lamentável ao conceder isenção de impostos a empresa de seu pai, mas recebeu apoio de Lippi. O ex-secretário de habitação Ricardo Barbará foi exonerado porque corre o risco de ser preso por conta de processos que responde relacionados a época em que foi prefeito de Itapetininga, mas Lippi insiste em defendê-lo. Até ele já disse que foi demitido por isso.
Excessão à regra foi o caso de Renna, mas também daí já seria demais.
Há, ainda, casos de membros do primeiro escalão do seu governo que cometeram "deslizes" e continuam lá, como o caso do Secretário de Governo, Maurício Biazoto, que comprou veículo da Toyta em transação direta e inadequada com a montadora.
Repito que o problema se concentra na omissão e na conivência de Lippi. Isso ainda lhe custará muito caro.
Transcrevo abaixo trecho de um dos poemas que mais gosto, e que diz muito a respeito:

No caminho com Maiakóvski
Eduardo Alves Costa (atribuído a Berthold Brecht)

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

16 de set. de 2009

A PEC dos Vereadores vai "empacar".

Não estou secando, apenas tenho a cada dia que passa uma maior convicção de que a PEC que possibilitará o aumento do número de vereadores em todo o Brasil não surtirá o efeito desejado pelos agoniados suplentes.
Acontece que a tal PEC deve ser aprovada ainda nesta semana, porém, o clima negativo alcançado pela forte campanha da mídia de depreciação dos legislativos influirá tanto na decisão das Câmaras Municipais, que darão a última palavra sobre quantos parlamentares terão, quanto na interpretação do TSE.
É esperar pra ver, mas acho mesmo que mudança no cenário, só em 2012.

Reforma eleitoral: ainda é cedo.

O Senado aprovou ontem o texto da reforma eleitoral que regulará as próximas eleições, inclusive a do ano que vem, se tudo der certo.
Houve avanços e retrocessos, mas em ambos os casos é preciso cautela.
Antes de comemorar a liberdade total ofertada aos meios de comunicação via internet, ou antes de alguém reclamar pela postura pouco democrática de se restringir a participação em debates à Presidência da República apenas a candidatos cujos partidos possuam ao menos 10 deputados, é preciso saber que tudo isso ainda pode mudar, já que o projeto agora volta para a Câmara dos Deputados.
E pelos rumores do Congresso, há interessados em mudar tudo aquilo o que o Senado já mudou.

15 de set. de 2009

Agora vai! Governo Municipal "promete" inaugurar Centro de Saúde do Wanel Ville até novembro deste ano


Parece que pegou no tranco. O empurrão dado pelo PT e pela população do bairro Wanel Ville há algumas semanas parece ter dado certo.
O Governo Municipal anunciou que até novembro a unidade estará funcionando.
Espero sinceramente que isso ocorra e que de fato aquela população possa usufruir daquele que é um dos maiores e mais caros espaços públicos de saúde da cidade, e que continua fechado.

E, só pra lembrar como o tranco começou...

Zé Pedágio está impossível. Agora quer cobrar de motocicletas



NEGÓCIO DA CHINA

A cada um segundo, um motorista deixa 126 reais num posto de pedágio de São Paulo. O estado sempre teve a tarifa mais cara do País. O motivo, segundo o secretário estadual de Transportes, Mauro Arce, é São Paulo contar com as melhores estradas e fazer frequentes investimentos. Mas as coisas já eram mais ou menos assim antes de serem privatizadas.

O cidadão comum não entende por que a tarifa não pode ser reduzida. A insatisfação é maior quando se faz uma comparação entre o valor das tarifas estaduais e federais.

Enquanto um motorista paga 17,60 reais de pedágio por uma viagem de 1.124 quilômetros entre São Paulo e Belo Horizonte, ida e volta, pela rodovia federal Fernão Dias, num percurso menor até São José do Rio Preto – a 440 quilômetros de distância da capital paulista –, desembolsa 118 reais nos dois sentidos.

A distância é menor e a diferença no custo da viagem a Rio Preto é de 570%. O pedágio não afeta apenas quem usa o carro. Quem viaja de ônibus também paga, pois a cobrança onera o valor de qualquer mercadoria. No estado, 93% das cargas são transportadas por caminhão que circulam pelos postos de pedágio.

(clique aqui para ver matéria completa da Carta Capital)

Agora, a novidade será a cobrança de pedágios também para motocicletas. Tá cada vez mais caro viver em São Paulo. Estado fantástico, locomotiva do Brasil, mas que depois de tanto tempo de governo tucano, tem que aprender a conviver com PCCs, confronto entre polícias, números absurdos de analfabetos funcionais, etc.

Audiência em Sorocaba discutirá o programa "Empreendedor Individual"



Já postei neste blog minha opinião a respeito do programa Empreendedor Individual, lançado pelo presidente Lula.
Creio que os maiores programas sociais do governo Lula são, pela ordem: a recuperação do salário mínimo (que havia sido assassinado pelo governo FHC) e o Bolsa Família. O Empreendedor Individual, entendo, entra no mesmo patamar de importância histórica do Pro-Uni e do Luz Para Todos, e será responsável pela regularização do trabalho de mais de 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o país.
Vale a pena acompanhar a audiência pública que acontecerá na Câmara Municipal de Sorocaba na próxima sexta-feira. Pra quem puder, pessoalmente, e para os que não puderem e tiverem acesso a TV por assinatura da Net, a audiência será transmitida.

Grande Seminário

A atividade realizada pelo mandato do Deputado Estadual Hamilton Pereira (PT), no último domingo, foi um dos maiores eventos do gênero já realizados na cidade. Arrisco a dizer que foi, de fato, o maior.
Cerca de seiscentas pessoas acompanharam excelentes análises da atual conjuntura feitas pelo próprio Hamilton, além dos deputados federais João Paulo, Genoíno e Arlindo Chinaglia, do estadual Vanderlei Siraque, da ex-deputada Iara Bernardi e do Prefeito Cláudio Maffei, de Porto Feliz.
Na parte da tarde, onze grupos temáticos debateram temas importantes relacionados a políticas públicas.
Valeu o evento e fica a comprovação da importância desse mandato para a luta popular.

11 de set. de 2009

Reforma Política e a PEC dos Vereadores

O Presidente Lula e o PT têm insistido, com absoluta razão, na tese de que o Brasil precisa urgentemente discutir grandes temas. Aqueles que de fato interferem em nossas vidas, que dizem como será o futuro para o povo brasileiro.
Por seu lado, a oposição Demo-Tucana procura de alguma forma encontrar uma luz no fim mídia, digo do túnel, tentando utilizar o método denuncista como principal arma. Assim, tudo pode ser notícia, desde que o alvo seja o PT e o governo Lula. Algo típico de quem não tem projeto a oferecer para o país.
Aliás, nesta semana o deputado José Mentor (PT) disse em momento inspirado que “A oposição não tem passado pra contrapor ao governo Lula. Não tem presente para enfrentar a popularidade do presidente. E agora, com o pré-sal, também não tem futuro.”
O fato é que são os grandes temas que permitem os grandes debates. É a tática do denuncismo que rebaixa a pauta. Torna o Poder Legislativo algo incompatível com sua importância. E causa na opinião pública verdadeiro asco a políticos.
Um dos temas de maior relevância que habita a pauta do Congresso Nacional é a tal reforma política.
Várias propostas surgiram, algumas polêmicas, outras fantásticas. Mas na disputa geral do Congresso, a maioria acabou sendo “esquecida”. Ao menos momentaneamente.
Particularmente, esperava que o Congresso conseguisse avançar em propostas de financiamento público de campanhas e eleições proporcionais com voto em lista fechada. Medidas que, entendo, combatem a corrupção e fortalecem projetos partidários, em detrimento dos pessoais de parlamentares. Mas isso não aconteceu.
De qualquer forma, pequenos, porém expressivos, avanços tem ocorrido e é preciso que valorizemos isso.
É claro que é bem mais cômodo pegarmos carona na pauta proposta pela mídia, como a PEC dos Vereadores.
A questão abre novamente espaço para a hipocrisia e para o oportunismo.
Não tenho ainda opinião formada a respeito. Confesso que preciso de um pouco mais de tempo para pesar prós e contras o aumento do número de vereadores nas cidades.
Em princípio, os vereadores são os representantes mais próximos do povo. Aqueles que em geral colhem as demandas da cidade, além de exercerem importante papel fiscalizador e terem a tarefa ordinária de legislar.
Então, se são bons para a democracia, por que a dúvida? Justamente porque, infelizmente, o problema anda na qualidade dos legislativos.
Ninguém é contra aumentar o número de vereadores desde que respeitadas duas premissas: que sejam bons vereadores e que isso não aumente os gastos do Legislativo.
Levando-se em consideração o fato de que o orçamento do Legislativo tem um teto estabelecido em lei, portanto, a questão passa a ser de boa gestão e não de demagogia, o problema fica mesmo na primeira premissa, de que sejam bons vereadores.
Sorocaba tem e teve excelentes representantes em sua Casa Legislativa, mas também já conheceu péssimos exemplos. E é isso que deixa a população em geral indignada com a possibilidade de aumento do número de vereadores.
É algo a ser superado. Por enquanto, o adequado para diminuirmos as chances de erro em nossa decisão sobre o assunto é privilegiarmos o debate. Amadurecer a questão sem que estejamos contaminados pelo discurso fácil e oportunista do contra pelo contra, ou a favor por circunstâncias.
Pois é isso, discutir temas importantes às vezes é incômodo, mas é responsabilidade de cada cidadão.

10 de set. de 2009

Amary e Dal Pian têm que devolver R$ 46 milhões

Marcelo Andrade e Gustavo Ferrari
Notícia publicada na edição de 10/09/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 5 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.


Caso não paguem em 10 dias, haverá multa de 10% sobre esse valor e seus bens poderão ser penhorados

O deputado federal e ex-prefeito de Sorocaba, Renato Fauvel Amary (PSDB), bem como o ex-diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Pedro Dal Pian Flores, tem o prazo de dez dias para efetuar o pagamento de R$ 46.044.570,92 numa conta criada pela Justiça para o ressarcimento aos cofres públicos referente a juros de uma transação financeira para empréstimo à Prefeitura, realizada em 1998, quando Amary era o chefe do Executivo, sem o conhecimento do Legislativo local. Caso não efetue o pagamento, ambos poderão ter seus bens penhorados. A determinação partiu de decisão do juiz da 1.ª Vara Cívil da Comarca de Sorocaba, Marcos José Corrêa. Não cabe mais recurso.

O valor refere-se apenas aos juros da transação e é maior que a primeira fase do projeto Sorocaba Total o maior conjunto de obras viárias da cidade, e que custará R$ 41 milhões . O valor inicial era de R$ 74 milhões mas foi revisado, depois que os dois obtiveram na mesma vara cível o direito a revisão dos valores da sentença transitado em julgado, sob a alegação de que devolveram o capital emprestado. A transação financeira à época foi de R$ 18,3 milhões, que corrigidos chegaram aos R$ 74 milhões. A revisão do valor foi encaminhada para análise do Ministério Público, no qual foi aceita pelo promotor Orlando Bastos Filho.

Veja matéria completa no Site do Jornal Cruzeiro do Sul

Taí o motivo da demissão do (ex)Secretário Ricardo Barbará

A imprensa sorocabana noticia hoje que o ex-Secretario de Habitação de Sorocaba, e ex-Prefeito de Itapetininga, e ex-assessor do Dep. Pannunzio corre o risco de ser preso.
Isso mesmo, mais um secretário de Lippi correndo o risco de ver o Sol nascer quadrado. Se a desculpa era motivo de saúde, acho então que é contagioso, já que Renna (outro ex-Secretário) já se encontra "internado em estado grave" em uma penitenciária da cidade.
Só pra lembrar, Ricardo Barbará não conseguiu se candidatar em sua cidade nas eleições do ano passado por conta dos processos que responde. Todo mundo sabia, quando de sua nomeação no governo de Sorocaba, que isso não daria certo.
Não bastasse a ausência de condições morais de compor a administração local, Barbará também admitia que sequer conhecia esta cidade. Justo ele, que assumia uma pasta que exige elevado grau de cumplicidade com o município. Até por uma questão de sensibilidade em relação as comunidades carentes da cidade.
Então por que o dito cujo acabou sendo nomeado Secretário pelo Prefeito Vitor Lippi? Pelos "malacabados" acordos pré-eleitorais do PSDB. Quem mais participa do "desgoverno" de Sorocaba é o Dep. Pannunzio. Então que compartilhe desde já as responsabilidades pelo fato de a cidade estar absolutamente parada neste ano de 2009.

9 de set. de 2009

Cai mais um Secretário em Sorocaba

Já não tem nem impacto mais tratar disso. Caiu ontem o sexto Secretário municipal no ano.
Recapitulando, já se foram: Daniel de Jesus (ex-Secretário de Desenvolvimento que caiu após surgirem notícias de que isentou empresas de sua família do pagamento de impostos), Bramante (ex-Secretário de Esportes, pediu demissão por falta de projeto do governo para a área), Renna (Administração - demitido após ter sido flagrado com crianças em quarto de motel), Cel. Abreu (Segurança - exonerado por "problemas políticos"), Aline Peres (ex-Secretária de Juventude, pediu exoneração após algumas ações fracassadas de sua pasta, alegando problemas particulares).
A bola da vez é o ex-prefeito de Itapetininga Ricardo Barbará, que assumiu a Secretaria de Habitação de Sorocaba para tentar fazer o que não conseguiu em sua cidade.
É bom lembrar que Barbará também enfrenta sérios problemas com a Justiça por conta de ações de improbidade que responde relacionadas à época em que foi prefeito.
Ontem, Barbará pediu sua exoneração alegando problemas de saúde.
Seis Secretários em menos de nove meses. Alguém pode considerar isso como sendo algo normal?

Vende-se um Estado




Serra | Privatização
Após saúde, governo paulista quer terceirizar cultura e esporte

Diversos serviços podem deixar de ser gerenciados pelo Estado e passar para Organizações Sociais (OSs)
08/09/2009

Espaços culturais como o Museu da Imagem e do Som, a Pinacoteca do Estado, o Teatro Procópio Ferreira e conjuntos esportivos como a Vila Olímpica Mário Covas, o Parque da Juventude e até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, entre diversos outros, podem deixar de ser gerenciados pelo Estado e passar para Organizações Sociais (OSs).

O mecanismo que permite a transferência de gestão e de recursos públicos faz parte do Projeto de Lei Complementar (PLC) 62/2008 de autoria do governador do Estado, José Serra (PSDB), aprovado pela Assembleia Legislativa, na quarta-feira (2/9).

O PLC tramitava na Casa desde 2008, e previa inicialmente terceirizar toda a rede estadual de saúde. Por emenda da base do governo apresentada de última hora, no dia da votação, acabou incluindo também a terceirização da gestão de equipamentos e serviços públicos de cultura, esporte e atendimento ou promoção dos direitos das pessoas com deficiência. A nova legislação, assim que for sancionada pelo governador, vai permitir a transferência da administração de complexos esportivos estaduais, teatros, museus, palácios, bibliotecas e centros culturais públicos do estado de São Paulo a OSs.

A ideia de ampliar a terceirização da saúde no estado, já permitida para novos hospitais desde 1998 - Lei Complementar 846/98 -, vinha preocupando trabalhadores na saúde, dirigentes sindicais e especialistas em saúde pública e gerando manifestações e protestos.

Agora, com a autorização de se terceirizar mais serviços públicos, a preocupação aumenta, afirmou o deputado Estadual Roberto Felício (PT-SP), em entrevista à Rede Brasil Atual. "É muito perigosa essa transferência de responsabilidade e de recursos do Estado", dispara.

"Por essa lei aprovada, em breve teremos um administrador para nossos parques, outro para nossos museus e teatros. Não vai sobrar nada público", avaliou.

Um dos problemas, apontou Felício, é a noção de Estado do governador. "Quando Serra transfere a administração de serviços públicos essenciais para OSs, está abrindo mão, está destruindo a ideia de Estado".

Veja matéria completa: www.ptsorocaba.org.br

8 de set. de 2009

Sindicato: use para fazer história

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região está desenvolvendo uma campanha de conscientização da importância do movimento sindical para a classe trabalhadora.
Um dos instrumentos utilizados em tal campanha é a produção de pequenos vídeos que narram em minutos um pouco da história e das conquistas dos Sindicatos de luta.
Vale a pena dar uma olhada.


Pra quem quiser assistir os outros vídeos: http://www.smetal.org.br/

Campanhas pela internet: pelo direito a opinião

O Senado deve votar hoje a modesta reforma eleitoral que tramita no Congresso.
Há na reforma boas ideias, mas há também o contrário. A mais absurda das propostas do projeto é a que impede sites, a princípio de conteúdo jornalístico, de emitirem opinião à respeito de propostas ou candidatos.
Dois são os principais motivos para que me manifeste contrariamente a tal proposta: primeiro porque o controle de opinião na internet é completamente impossível de se praticar.
Basta ver o que acontece com vídeos como o postado abaixo. Alguém produz, lança na rede e depois perde o controle. Não é possível acompanhá-lo ou censurá-lo.
Segundo, e mais importante, a liberdade de opinião é direito fundamental, portanto, inviolável.
É muito difícil diferenciar sites jornalísticos de espaços de opinião pessoal. Este blog, por exemplo, emite basicamente opiniões pessoais, no entanto, frequentemente posto textos extraídos de sites jornalísticos, com os quais concordo com o conteúdo. Se tais textos emitirem opinião sobre candidato ou proposta, isso poderá ser feito ou não, à partir da aprovação de tal proposta?
De qualquer forma, fica nosso apoio a posição do companheiro Mercadante, que trabalha para derrubar tal dispositivo. Mas se não der certo e for aprovado, entrarei no bloco defendido por Gabeira, daqueles que descumprirão deliberadamente a lei.
A liberdade de expressão vale mais que aquelas letras.

4 de set. de 2009

Adolf Serra, ou José Hitler...

Éssa é sensacional. Fui obrigado a copiar do bahcaroco (postado pelo Fábio).

Sobre o inominável tombo do SAAE

Pra tentar resumir o conteúdo do editorial do Cruzeiro do Sul de ontem, postado abaixo, em pouquíssimas palavras os fatos foram os seguintes:
O SAAE, seguindo o planejamento do governo municipal, desapropriou área adequada à construção de seu Centro Operacional. Prédio esse que daria melhores condições de trabalho aos funcionários daquela autarquia.
Desapropriada a área, as obras foram iniciadas e duraram cerca de dois anos, tendo consumido cerca de R$ 8,5 milhões.
Agora, a Prefeitura anuncia estar desapropriando referido prédio, por valor superior a R$ 11 milhões, tendo por objetivo cedê-lo ao núcleo “Camilo Júlio”, do futuro Parque Tecnológico de Sorocaba.
Qualquer desavisado diria que foi um bom negócio para o SAAE, já que gastou R$ 8,5 mi e receberá mais de R$ 11 mi, não fosse pelo detalhe de que tal montante sairá dos próprios cofres da Prefeitura, que por sua vez, contingenciou valor equivalente ao dobro disso, que se destinaria ao SAAE. Ou seja, como o próprio editorial sentencia é dinheiro do SAAE comprando um prédio dele próprio.
Em suma, quem pagou por isso? Eu, você e todos os demais sorocabanos, é claro.
É uma trapalhada de um nível impressionante de “esperteza”. E, sobretudo, é mais uma demonstração de como o governo Lippi trata a Prefeitura como o quintal de sua casa e com uma mentalidade meramente empresarial.
O “passa-moleque” dado por Lippi no SAAE é um gesto a se reparar. Aquela autarquia anda cada vez pior, a população reclama cada vez mais da demora de seu atendimento, a qualidade de seus serviços vem piorando e uma boa iniciativa para melhor alocar sua força de trabalho é jogada na lata do lixo, no caso em questão.
Algo começa a cheirar mal e vindo de onde vem, do ninho tucano, não me surpreenderei se em breve surgir a notícia de privatização do SAAE. Talvez com nome mais moderno, algo como “outorga do saneamento ambiental à iniciativa privada”. Puro tucanez, quando se começa a sucatear algo que sempre funcionou bem, desconfie!

3 de set. de 2009

Uma ação inominável

Editorial publicado na edição de 03/09/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A

O Saae fez a lição de casa direitinho, segundo a cartilha do planejamento estratégico apregoada pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB). Mas terá de continuar em prédios velhos, por tempo indeterminado


Fosse no futebol, o nome técnico seria “chapéu”. Na linguagem do homem das ruas, é o popular “passa-moleque”. Em administração pública, talvez ainda não tenha sido inventado um termo que defina, com total propriedade, o que a Prefeitura, por sua Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), acaba de fazer com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), ao destinar para o “Núcleo Camilo Júlio” do Parque Tecnológico o imóvel que o Saae preparou por mais de dois anos para ser o seu Centro Operacional.

O Saae fez a lição de casa direitinho, segundo a cartilha do planejamento estratégico apregoada pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB). A área de 39,1 mil metros quadrados na avenida Comendador Camilo Júlio (Zona Industrial) foi desapropriada em dezembro de 2005 pela autarquia, iniciando-se processo de licitação para as obras de adaptação e reforma dos galpões preexistentes. Em junho de 2007 o então diretor do Saae, Pedro Dal Pian Flores, assinou contrato com a empresa vencedora da concorrência, e as obras começaram. No final do mesmo ano, outra desapropriação ampliou a área total para 55,2 mil metros quadrados.

A obra atenderia a uma reivindicação antiga dos funcionários do Saae quanto à precariedade dos prédios ocupados pela autarquia, especialmente no que diz respeito às condições de vestiários e sanitários. Seria, também, uma resposta para problemas logísticos e de custos. O Centro Operacional deveria centralizar os departamentos de Água, de Esgoto e de Drenagem, além dos setores de controle de frota e de equipamentos, oficina, posto de abastecimento, almoxarifado, recursos humanos, cozinha, refeitório e ambulatório, hoje espalhados pelos bairros Vila Haro, Vila Hortênsia, Jardim Brasilândia e Vila Barão. Até mesmo o descanso e lazer dos quase novecentos funcionários fora contemplado com algumas melhorias.

Um Plano de Viabilidade Qualitativa e Quantitativa apontou as vantagens da centralização. Entre elas, “significativos ganhos operacionais e financeiros com a unificação [dos setores], incluindo agilidade nos serviços, otimização das manutenções preventivas, redução das manutenções corretivas, economia de combustível e consequentemente diminuição de despesas”. A expectativa era de que o investimento se compensasse a médio prazo, graças à economia que iria proporcionar.

Mas a necessidade de “queimar etapas” para implantação do Parque Tecnológico (nas palavras do secretário da Sede, José Dias Batista Ferrari) atropelou o planejamento do Saae. Com a destinação do imóvel da Zona Industrial para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a autarquia volta à estaca zero, e com um agravante: como havia a expectativa de ocupação do Centro Operacional ainda este ano, as edificações atuais deixaram de ser reformadas. Os funcionários do Saae terão de conviver, ainda por tempo indefinido, com a precariedade das instalações.

O que poderia servir de consolo para o Saae e para seu diretor atual, Geraldo Caiuby - a promessa de pagamento de R$ 11,32 milhões, a título de “aquisição do imóvel” -, é, por outro lado, motivo de espanto para o observador atento. Primeiro porque, salvo melhor juízo, o imóvel poderia até mesmo ser cedido pelo Saae à Prefeitura, sem ônus para os cofres municipais. Segundo porque o anúncio de “compra” do imóvel ocorreu poucos dias depois de a Prefeitura ter contingenciado (bloqueado) R$ 22,6 milhões em repasses para o Saae, previstos no orçamento deste ano. Ou seja: o ressarcimento pela “compra” do imóvel, se e quando for feito, só cobrirá a metade do que foi bloqueado previamente pela compradora. É como pagar alguém com seu próprio dinheiro.

É intrigante, também, como se chegou ao valor estipulado (R$ 11,32 milhões), que corresponde a 91,4% de tudo o que a Prefeitura pretende investir no novo núcleo. Segundo consta, o Saae não gastou mais do que R$ 8,5 milhões entre desapropriações e reformas. A “queima de etapas” do Parque Tecnológico custou caro para o Saae e poderá custar caro também para o contribuinte.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

Esse irretocável editorial do Cruzeiro de hoje carrega uma série de lições. Tratarei de algumas numa próxima postagem.

A oposição sem rumo, nem discurso

A cada dia fico mais constrangido com a "inteligência" da oposição demo-tucana ao governo Lula.
Em democracias sólidas as oposições possuem caráter importantíssimo. Além de permitirem o saudável debate em torno de projetos, ainda fiscalizam e exigem dos representantes do Executivo o cumprimento das promessas feitas.
Assim temos agido na oposição que o PT exercita em Sorocaba, por exemplo. Mesmo deixando claro, que elogio os companheiros petistas pelo comportamento adequado quando oposicionistas, sabendo que somos melhores ainda quando governistas, deixando a modéstia de lado.
Mas o debate em torno do pré-sal deu um nó no DEM (ex-PFL) e no PSDB. Não sabem pra onde correr, já que pra eles a Petrobras já deveria estar nas mãos do capital privado.
Como não tem argumentos pra bater, tentam enrolar a discussão atacando o rito proposto para a tramitação dos projetos de regulamentação.
Pode? Pra eles pode. Não entendem que o interessado na rápida aprovação dos projetos não é Lula, nem o PT. É o povo brasileiro.
Pois é isso, temos no Congresso uma oposição medíocre. Que vive tentando construir fatos para que tenham espaço na mídia, porque se depender da qualidade de suas propostas...
Aliás, faço aqui uma provocação: qual(is) o(s) projeto(s) mais importante(s) apresentado(s) pelos deputados Renato Amary e Pannunzio na Câmara Federal?

Pré-sal: Mercadante rechaça cunho eleitoral e diz que opção do governo é estratégica para as próximas gerações

O líder do PT e do bloco de apoio ao governo no Senado, Aloizio Mercadante, acredita ser possível debater as novas regras de extração do pré-sal em 90 dias e convocou a oposição a participar do debate no Congresso Nacional.

“É possível aprovar, mas não se pode usar como pretexto o tempo para não fazer o debate de mérito”, disse.

A declaração do líder petista é uma resposta às críticas da oposição, que reclama do pedido de urgência sob o argumento de uso eleitoral no tramite previsto de 90 dias para os quatro projetos de lei que tratam do pré-sal. Este é o prazo previsto para que o Congresso Nacional aprove o marco regulatório, a criação do fundo social e ambiental, o aporte de capital para a Petrobras e a criação da estatal Petrosal.

O argumento de uso eleitoral não se sustenta. Se o objetivo do governo fosse eleitoral o caminho mais fácil seria licitar as áreas do pré-sal, obter dinheiro de imediato e gastar os recursos no ano eleitoral. “A opção é exatamente o contrário. É pensar o Brasil por meio de projetos de longo prazo, garantindo a aplicação proveniente da riqueza em ações estruturantes que assegurarão o futuro das próximas gerações”, rebateu o senador.


Leia o texto na íntegra: www.mercadante.com.br

2 de set. de 2009

Seminário do mandato do Dep. Hamilton Pereira



No próximo dia 13/9 acontece, em Sorocaba, um grande Seminário do mandato do deputado estadual Hamilton Pereira (PT). O evento servirá para reconstituir o Conselho do Mandato, debater temas importantes que estarão na pauta nos próximos meses e disponibilizar formação política para os participantes através de oficinas temáticas no período da tarde.
A participação de todos é fundamental, já que se trata de uma excelente oportunidade para que a sociedade avalie o trabalho feito até agora e debata as ações futuras do mandato, que tem se empenhado em representar, no Legislativo Paulista, as necessidades de toda a população.
Clique aqui para saber um pouco mais sobre o conteúdo e os propósitos do Seminário.
Faça sua inscrição e ajude a divulgar o evento.
Já estão confirmadas as presenças de José Genoino, Arlindo Chinaglia, João Paulo Cunha, Iara Bernardi e Emídio de Souza, além de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, presidentes de partidos e entidades, além de representantes da sociedade civil organizada.
Na parte da tarde, estarei coordenando a sala que discutirá o tema Segurança Pública e que contará como palestrantes o Dep. Estadual Vanderlei Siraque e o Prefeito de Votorantim Carlos Pivetta.

Serra quer entregar a Saúde do Estado de São Paulo

Com todas as críticas, debilidades, dificuldades, etc, etc, etc..., é preciso admitir que o SUS é o modelo mais completo de atendimento público de saúde do mundo. Sem exageros, é do mundo mesmo.
Em outros países há diferentes formas de atendimento. Nos EUA, por exemplo, é comum vermos em filmes que quem não possui o tal "seguro saúde", sempre acaba com problemas para conseguir o atendimento necessário. Isso porque lá, o atendimento não é universalizado.
No Brasil, os problemas são muitos, mas é inquestionável o direito ao acesso a Saúde Pública. Em geral as maiores dificuldades são as localizadas na porta de entrada do serviço, em parte pela falta de informação de usuários, que muitas vezes procuram um Pronto Socorro para tratar uma dor de cabeça, outras vezes, por total ineficiência do Estado.
Em Sorocaba, por exemplo, um dos grandes gargalos é o atendimento de especialidades. Conseguir uma consulta com especialista na Policlínica Municipal é quase uma penitência.
Mas enfim, o modelo que temos no país é bom e há garantia de recursos para a área, o problema em geral é de má gestão. Em todas as esferas.
Eis que o presidenciável José Serra resolve fazer demagogia com a vida alheia, apresentando Projeto de Lei que permite a terceirização de serviços de saúde para as OSs (Organizações Sociais). E quem assume a relatoria do projeto? Maria Lúcia Amary.
Grandes artigos a respeito pipocam pelos sites mais sérios da internet, portanto, não ouso aqui me deter a detalhes.
Mas também não me furto em deixar aqui minha posição: o projeto tem um caráter ideológico perigoso demais. Serra admite com ele que o estado e seus trabalhadores não possuem competência para administrar a saúde pública. Grande erro.
Ao invés de investir em planos de carreira de seus servidores, valorizá-los, permitir que desenvolvam seu melhor, os exclui do processo.
Os interesses do Estado são diferentes dos interesses da iniciativa privada ou de várias OSs. A terceirização é forma delicada de privatização e não permitirá melhora no atendimento e ainda aumentará seu custo.
Espero que os demais deputados de São Paulo não sigam o mesmo caminho da Dep. Maria Lúcia Amary.

1 de set. de 2009

Pré-Sal promoverá revolução no Brasil

O fundo social, cuja criação está prevista no marco regulatório do pré-sal, apresentado hoje (31) pelo governo, tem o objetivo de financiar prioritariamente o combate à pobreza e o incentivo à educação, segundo afirmou a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff. O fundo é um dos projetos de lei que o governo encaminhou ao Congresso Nacional.

“Com isso, queremos evitar a maldição do petróleo, que é a manutenção da pobreza em países com grande produção”, disse Dilma.

O fundo será criado para administrar e distribuir os recursos advindos do petróleo. As atividades prioritárias a serem financiadas por ele serão o combate à pobreza, o incentivo à educação, à cultura, à sustentabilidade ambiental e à inovação científica e tecnológica. Os recursos do fundo serão orçados e fiscalizados pelo Congresso.

(reportagem completa no site do PT Nacional)

Deu no New York Times

The New York Times, The Wall Street Journal, El Pais, The Guardian... esses são alguns dos jornais que destacaram em suas edições de hoje o anúncio do novo marco regulatório do Petróleo no Brasil. Em especial, do Pré-Sal.
Em linhas gerais, as opiniões expostas reúnem ares de insatisfação, tendo em vista a preservação anunciada pelo governo brasileiro de tais áreas e o monopólio de sua exploração.
Reclamam do tal "nacionalismo", como se isso fosse algum crime. E como se eles não fossem protecionistas.
Com ou sem choro, já deveriam ter entendido que o Brasil de hoje não é mais o mesmo. Agora, o país conversa com o resto do mundo de cabeça erguida. E em língua portuguesa.

A re-Independência do Brasil

A descoberta do Pré-Sal, durante um governo progressista tem duas características que ainda merecem destaque:
1. aos que dizem que Lula nasceu "virado pra Lua", que justo em seu governo, durante uma das maiores crises do capitalismo, a Petrobrás realiza tal descoberta, uma novidade: não se descobre Petróleo sem investimentos em pesquisa. E o governo FHC quase destruiu a empresa. Portanto, seria apenas "sorte", se o governo tucano fizesse algo assim;
2. O Brasil ganha muito com a descoberta durante um governo petista. Sobretudo, porque só nessa situação o país investiria parte dos recursos obtidos com o Pré-Sal no combate a pobreza.

A re-Independência do Brasil dependerá, ainda, de alguns passos menos agradáveis, porém necessários.
Nenhum país se torna uma potência mundial sem que tenha Forças Armadas devidamente equipadas e preparadas para defendê-lo. No caso do Pré-Sal, a coisa é ainda mais complicada, por se tratar de uma imensa área, situada em águas profundas e de difícil preservação.
Assim creio que seja correta a decisão do governo brasileiro em adquirir submarinos nucleares da França.
Só pra se ter uma idéia, um submarino comum possui capacidade de permanecer submerso por cerca de seis ou sete dias. O movido a energia nuclear, quase seis meses. Portanto, muito mais eficiente para o controle de nossa costa.
Algo importante quando se considera que, continuando no caminho em que se encontra, a projeção é de que em vinte anos o Brasil se torne a quinta potência econômica do mundo.