Recentemente tive a oportunidade e o privilégio de conhecer o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago, no Chile.
Logo no saguão de entrada há uma exposição dos países que já criaram comissões que têm resgatado a verdade dos fatos da época em que viveram experiências semelhantes a do Brasil, durante o regime militar.
Confesso um certo constrangimento em não ver ali o nome do meu país.
O museu em si é fantástico e muito do seu acervo é resultado do que foi reunido pela própria comissão chilena.
A história de lá tem suas particularidades, mas o contexto geral é o mesmo das nações sulamericanas que sofreram golpes nos anos sessenta e setenta.
Como sugestão de leitura, segue link para página com transcrição do último de discurso do Presidente Salvador Allende, proferido horas antes de seu suicídio: http://www.ciudadseva.com/textos/otros/ultimodi.htm.
E voltando a questão brasileira, creio que estejamos vivendo o momento preciso de corrigirmos a injustiça de até hoje não termos criado a comissão local.
Acredito que Lula já poderia tê-la criado em seu governo. Mas até entendo o quanto era delicado se tratar disso naquele momento.
Dilma, no entanto, tem demonstrado convicção quanto ao tema. Tanto quanto Lula, tem autoridade moral para fazê-lo sem que o ato ganhe contornos de revanchismo.
A eleição de Lula inaugurou um novo e belo capítulo da história brasileira. Porém, a omissão dos governos pós-ditadura sobre o resgate da verdade dos fatos da época da ditadura impedem o encerramento definitivo do capítulo anterior.
Que Dilma possa, enfim, dar um final digno àquele período sombrio.
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