Confesso nutrir certas restrições ao perfil de Palocci. Entendo-o como adepto de uma linha mais conservadora dentre os ministros petistas.
No entanto, sua saída do governo, anunciada no final da tarde de hoje, em nada contribui para o avanço de um perfil mais desenvolvimentista.
Ao contrário, coloca o governo em desconfortável situação defensiva, o que favorece sua ala conservadora.
E a oposição, sem projeto e sem condições de diálogo com a sociedade, novamente vê seus métodos rasteiros obterem resultados.
Palocci caiu no governo anterior por ter sido acusado de quebrar o sigilo fiscal do caseiro Francenildo. Cai agora por se recusar a quebrar o de sua empresa e daqueles para quem trabalhou.
Em ambos os casos os que o acusaram saem sem que tenham conseguido provar nada do que disseram.
Assim é a política brasileira, terra fértil para as disputas baixas e da extinção da presunção de inocência.
De qualquer forma, enalteço o gesto de Palocci. Deixou uma candidatura promissora à reeleição para Deputado Federal e encerrou suas atividades em uma empresa comprovadamente lucrativa para assumir uma tarefa de campanha e em seguida de governo. Vestiu, de fato, a camisa do projeto de construção de um Brasil mais justo. E isso, pra mim, vale muito.
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