Postado no site do PT na ALESP
Os professores da rede estadual de ensino decidiram em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (08/04) encerrar a paralisação iniciada no dia 08 de março. Foram 30 dias de greve, seis grandes Atos Públicos e passeatas que mobilizaram milhares de professores em todo o Estado.
Ainda à espera de negociações, a categoria marcou nova assembleia para o dia 07 de maio, na Praça da República. A Apeoesp - Sindicato dos Professores - defendeu que a paralisação fosse interrompida porque a Secretaria de Educação propôs uma mesa de negociação. Como parte da trégua da paralisação, a categoria realiza Ato Público na Assembleia Legislativa na próxima terça-feira, dia 13 de abril.
A greve dos professores foi um dos episódios mais ilustrativos da distância entre a propaganda do Governo Estadual e a realidade dos paulistanos. Para os professores, a greve chegou a atingir 80% das escolas públicas. Já a Secretaria da Educação repetiu incansavelmente, durante o último mês, que o movimento não mobilizou mais do que 1% da categoria; informação facilmente desmentida pelas gigantescas passeatas que lotaram a Avenida Paulista, a Rua da Consolação, a Praça da República e as imediações do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, nas últimas semanas.
As propagandas da Secretaria da Educação também escondem os problemas que os professores denunciaram nestas manifestações: violência escolar, falta de equipamentos e materiais para o ensino, profissionais mal pagos e alimentados com vale-refeição de R$ 4,00, entre outros dramas.
Repressão
Neste período, a Bancada do PT realizou inúmeras ações em defesa do Magistério. Houve audiência pública e tentativas de intermediar a negociação entre o Governo e a categoria.
Em uma das mais recentes ações, os deputados Antonio Mentor, líder da Bancada, e Vanderlei Siraque, líder da Minoria, pediram à Comissão de Segurança Pública da Assembleia a convocação do secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, para prestar informações sobre a violenta repressão contra os professores e funcionários da Educação que participavam de uma manifestação no Palácio dos Bandeirantes, no dia 26 de março. O confronto deixou 16 feridos.
“Na ocasião, foi constatada, inclusive fotograficamente, a presença de policial militar trabalhando no local à paisana, ou seja, sem a farda da corporação. Também foi divulgado pela imprensa que o policial civil Jeferson Cabral foi espancado dentro de viatura por PMs que reprimiam o protesto e o confundiram com um professor”, relata o requerimento enviado pelos deputados petistas à Comissão de Segurança.
Infiltração no movimento
O líder da Bancada do PT também encaminhou requerimento de informações questionando o número de policiais infiltrados sem farda na manifestação e a razão da estratégia de infiltrar PMs sem farda em manifestações populares. “Sabe-se que durante o período da ditadura, embora ilegal, a infiltração de PMs em sindicatos, associações classistas e movimentos da sociedade civil era comum, porém, imaginava-se que nos dias atuais tal prática já não fosse adotada”, argumenta o deputado Antonio Mentor no requerimento.
A repressão nos moldes da ditadura, questionada pela Bancada do PT, não foi a única arbitrariedade adotada pela Gestão Serra. A recusa em discutir a pauta de reivindicações do Magistério ignorou os representantes da categoria, a imprensa e até mesmo a audiência realizada na Assembleia pelo Colégio de Líderes do Legislativo.
A categoria reivindica reajuste de 34,3% para repor perdas salariais, acumuladas desde 1998, plano de carreira e concurso público classificatório para os mais de cem mil professores da rede pública estadual que continuam sem vínculo empregatício. A chamada aprovação por mérito, anunciada pelo governo, contemplou apenas uma parcela da categoria, deixou quase 80% dos professores à margem de qualquer política de reajuste.
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