Pedagiômetro

9 de abr. de 2010

À espera de negociação, professores suspendem greve de 30 dias

Postado no site do PT na ALESP
Os professores da rede estadual de ensino decidiram em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (08/04) encerrar a paralisação iniciada no dia 08 de março. Foram 30 dias de greve, seis grandes Atos Públicos e passeatas que mobilizaram milhares de professores em todo o Estado.

Ainda à espera de negociações, a categoria marcou nova assembleia para o dia 07 de maio, na Praça da República. A Apeoesp - Sindicato dos Professores - defendeu que a paralisação fosse interrompida porque a Secretaria de Educação propôs uma mesa de negociação. Como parte da trégua da paralisação, a categoria realiza Ato Público na Assembleia Legislativa na próxima terça-feira, dia 13 de abril.

A greve dos professores foi um dos episódios mais ilustrativos da distância entre a propaganda do Governo Estadual e a realidade dos paulistanos. Para os professores, a greve chegou a atingir 80% das escolas públicas. Já a Secretaria da Educação repetiu incansavelmente, durante o último mês, que o movimento não mobilizou mais do que 1% da categoria; informação facilmente desmentida pelas gigantescas passeatas que lotaram a Avenida Paulista, a Rua da Consolação, a Praça da República e as imediações do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, nas últimas semanas.

As propagandas da Secretaria da Educação também escondem os problemas que os professores denunciaram nestas manifestações: violência escolar, falta de equipamentos e materiais para o ensino, profissionais mal pagos e alimentados com vale-refeição de R$ 4,00, entre outros dramas.

Repressão

Neste período, a Bancada do PT realizou inúmeras ações em defesa do Magistério. Houve audiência pública e tentativas de intermediar a negociação entre o Governo e a categoria.

Em uma das mais recentes ações, os deputados Antonio Mentor, líder da Bancada, e Vanderlei Siraque, líder da Minoria, pediram à Comissão de Segurança Pública da Assembleia a convocação do secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, para prestar informações sobre a violenta repressão contra os professores e funcionários da Educação que participavam de uma manifestação no Palácio dos Bandeirantes, no dia 26 de março. O confronto deixou 16 feridos.

“Na ocasião, foi constatada, inclusive fotograficamente, a presença de policial militar trabalhando no local à paisana, ou seja, sem a farda da corporação. Também foi divulgado pela imprensa que o policial civil Jeferson Cabral foi espancado dentro de viatura por PMs que reprimiam o protesto e o confundiram com um professor”, relata o requerimento enviado pelos deputados petistas à Comissão de Segurança.

Infiltração no movimento

O líder da Bancada do PT também encaminhou requerimento de informações questionando o número de policiais infiltrados sem farda na manifestação e a razão da estratégia de infiltrar PMs sem farda em manifestações populares. “Sabe-se que durante o período da ditadura, embora ilegal, a infiltração de PMs em sindicatos, associações classistas e movimentos da sociedade civil era comum, porém, imaginava-se que nos dias atuais tal prática já não fosse adotada”, argumenta o deputado Antonio Mentor no requerimento.

A repressão nos moldes da ditadura, questionada pela Bancada do PT, não foi a única arbitrariedade adotada pela Gestão Serra. A recusa em discutir a pauta de reivindicações do Magistério ignorou os representantes da categoria, a imprensa e até mesmo a audiência realizada na Assembleia pelo Colégio de Líderes do Legislativo.
A categoria reivindica reajuste de 34,3% para repor perdas salariais, acumuladas desde 1998, plano de carreira e concurso público classificatório para os mais de cem mil professores da rede pública estadual que continuam sem vínculo empregatício. A chamada aprovação por mérito, anunciada pelo governo, contemplou apenas uma parcela da categoria, deixou quase 80% dos professores à margem de qualquer política de reajuste.

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