Pedagiômetro

16 de dez. de 2009

2009: Divisor de águas para a política em Sorocaba

O ano que se encerra será, de fato, lembrado como o definidor de novos tempos para a política na cidade de Sorocaba.
O grupo político que dirige o município vem apresentando nomes que se sucedem frente à Prefeitura há mais de trinta anos. Só dos nomes que tiveram importância nas eleições de Vitor Lippi, em 2004 e em 2008, podemos mencionar Theodoro Mendes, Flávio Chaves, Antonio Carlos Pannunzio, Crespo e Renato Amary. Este último, agora desafeto, mas por motivos absolutamente pessoais, já que o projeto e a forma de governar de todos eles percebem origem na mesma cartilha.
Há um evidente desgaste dessa forma de governar. Sorocaba não é uma ilha, e assim como todo o resto do país está aprendendo a preferir a forma de administrar inaugurada por Lula no Brasil, preocupada com a infra-estrutura e com desenvolvimento, mas também, e principalmente, com a dignidade da pessoa humana.
Como nossa democracia é um tanto quanto jovem, na época em que surgiram os primeiros debates sobre formas diferentes de gestão, era natural que a população tivesse receio de apostar no novo. Na ousadia de quem pretendia alçar um operário ao poder. E ela só o fez porque em 2002 todas as chances dadas aos comportadinhos e descolados tucanos haviam expirado.
Pois creio que é o que está acontecendo em nossa cidade.
O modelo de gestão implantado aqui é o tal “gerencial”, que empresta conceitos da iniciativa privada ao poder público. Como se seguissem a mesma lógica. Agora, entendem que também levaram para sua política os vícios e a competição comuns ao setor privado.
A disputa entre os grupos do PSDB, ou entre ele e outros setores da direita sorocabana, não é ideológica, é de mercado. Tem muita gente ocupando o mesmo espaço. Então, brigam entre si.
Engana-se quem pensa que o governo Lippi, por estar ruindo, é mais ou menos corrupto que o de Amary. Um é continuidade do outro, e se mais adiante ficar comprovada grave irregularidade a história haverá de colocar os pingos nos “is”. Ou se repetirá por aqui o que aconteceu em São Paulo, quando Pitta pagou sozinho preço que lhe foi deixado por Maluf?
Aliás, qualquer semelhança não é mera coincidência. A direita de Sorocaba teve o mérito de saber se reinventar. O que os governos do PSDB fazem por aqui não são diferentes dos de Maluf. Sustentam-se em grandes obras, nem sempre tão necessárias, nem sempre tão inteligentes. É a tal da “eficiência” na gestão.
Acontece que paira no ar da cidade um sentimento de que esse período está se esgotando e que é possível governar de outro jeito.
A eleição da Mesa da Câmara Municipal que dirigirá os trabalhos em 2010 foi um claro recado ao PSDB. O partido de maior bancada da Casa ficou fora da Mesa. Uma resposta a tudo de ruim que os tucanos fizeram por nossa cidade este ano.
A aliança que reelegeu Lippi é falsa e foi construída sob valores mercenários e não programáticos, por isso está explodindo.
O ano se encerra com dez baixas no governo municipal (pelo menos até esta data). Todas elas com manchas.
É por isso que creio firmemente, 2009 será lembrado como um divisor de águas para a política local.

Nenhum comentário:

Postar um comentário