Pedagiômetro

25 de ago. de 2010

Cacarecos 2010: Festa da democracia?

Assim como nas eleições anteriores, em 2010, não nos faltam opções de candidaturas bizarras aos legislativos.
            Em certa medida candidatos humoristas, artistas em decadência e personagens caricatos em geral, até animam o período eleitoral. Levam as eleições paras as conversas de boteco, rodas de amigos e discussões em família.
            É impossível assistir a propaganda de um Tiririca, por exemplo, sem esboçar qualquer reação. Pra rir ou pra chorar, alguma reação todo o mundo tem.
            A questão, no entanto, deve ser encarada com a devida seriedade.
            Como disse, não vejo problema nessas candidaturas, desde que a mídia e os eleitores dêem a elas o tratamento adequado. Não há graça nenhuma em eleger cacarecos despreparados e sem nenhuma condição de contribuir com o desenvolvimento do nosso estado ou do país, nem de enfrentar os grandes temas que o Brasil fatalmente enfrentará nos próximos quatro anos.
            Não creio que alguém possa achar graça na participação do tal Tiririca, ou do Vampeta, por exemplo, nos rumos das riquezas proporcionadas pela exploração do petróleo da camada pré-sal, ou no futuro da Previdência Social.
            Eleição não precisa ser algo chato. Desde que tenhamos discernimento na hora do voto, seja lá qual for a concepção ideológica ou partidária de cada eleitor.
            Como otimista que sou, creio no amadurecimento do eleitor brasileiro. Entendo que esteja mais maduro e que vota com muito mais coragem e consciência que na primeira eleição pós-ditadura. Por isso mesmo, espero que os cacarecos continuem nos animando com suas pérolas e que, pra que seus trabalhos artísticos não sejam interrompidos, sejam fragorosamente derrotados nas urnas.

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