O Prefeito Vitor Lippi anunciou ontem a criação de uma Comissão de Sindicância que analisará o caso das propinas que culminou com a prisão da empresária Ivanilde e com a queda do Secretário Biazotto.
Há algumas possibilidades a respeito:
Primeira hipótese: Lippi quer mesmo investigar a participação de seus Secretários em tal esquema, mesmo que isso lhe custe ter que entregar amigos aos leões;
Segunda hipótese: o Prefeito quer esvaziar a idéia de uma CPI, justificando que as investigações já correm sem a participação da Câmara.
Fico com a segunda e explico os motivos.
Vitor Lippi tem uma característica marcante de defender seus aliados com unhas e dentes. Pra ficar num só exemplo, na semana em que se emociononou ao demitir Daniel de Jesus, foi ao culto na igreja frequentada pelo mesmo em sinal de solidariedade. E olha que o ex-Secretário caiu por ter favorecido empresa de seu pai. Assim, não creio que Lippi entregue ninguém aos leões.
Outro motivo: comprovado o envolvimento do hipermercado Extra, o nome do próprio prefeito já estará envolvido no caso, já que a doação feita por aquele para sua campanha eleitoral é fato que não se questiona. Mesmo que não saiba ou soubesse do esquema, terá recebido benefícios do mesmo, caso o esquema venha a ser comprovado e envolva, de fato, o Extra. Assim, não patrocinaria investigação que poderia chegar nele próprio.
CPI é instrumento legítimo de investigação.
Não gosto da idéia da banalização das CPIs. Aquela estratégia do PSDB de quanto mais barulho melhor.
Mas quando há fato definido e se avalia que o Legislativo possui isenção e condições suficientes para a investigação, é melhor que assim seja feito, do que por procedimento do próprio Poder investigado.
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