Pedagiômetro

30 de out. de 2009

Um modelo deteriorado

Costumo dizer que o mesmo grupo político governa Sorocaba desde o início da década de 80, ou do final da década de 70. Mas há quem defenda a tese de que esse grupo chegou à Prefeitura de Sorocaba ainda antes, com Armando Pannunzio, pai do atual deputado federal.
Defendo a primeira hipótese por entender que todos os que se sucederam de 80 pra cá, continuam atuantes em torno do governo Vitor Lippi, de uma forma ou de outra.
Theodoro Mendes participou ativamente de sua campanha e hoje atua como âncora nada imparcial de uma emissora de rádio local. Flávio Chaves não só foi o responsável por boa parte das alianças que permitiram a reeleição de Lippi, como ocupa, hoje, importante cargo no governo estadual. Há quem diga, que o que toca acaba mal. Talvez aí uma explicação atípica para o inimaginável fracasso desse segundo mandato de Vitor Lippi.
Os demais continuam por aí, atuando em favor de um modelo de gestão tímido e atrapalhado, que impede que Sorocaba seja uma cidade mais justa.
Só neste ano, quando teci comentários sobre esse tal modelo, já pude me apropriar de algumas graves situações como exemplos desastrosos do mesmo, no que se refere a confusão estabelecida entre o público e o privado.
No entanto, o solo continua fértil nesse sentido, então, continuemos a mostrar o quão falho é esse modelo.
Após os casos do escritório da China, da compra de veículos Corolla, do escândalo das propinas, da prisão de dois Secretários por suposto envolvimento nisso, e de um outro, por motivos diferentes, ao menos até que se prove o contrário, ou até que o rastro de fogo atinja seu rabo de palha, temos agora mais um exemplo de como essa equivocada forma de governar pode prejudicar a população de Sorocaba, trata-se do caso FUNSERV.
Conforme amplamente divulgado pela mídia, por ordem judicial, a FUNSERV deixou de oferecer assistência de saúde aos servidores públicos municipais.
O prejuízo, mesmo minimizado pela derrubada da liminar que impede o atendimento dos servidores, já é expressivo para os funcionários públicos, mas, com o tempo, será possível perceber que é ainda maior para os cofres públicos, já que todo o montante de milhões de reais repassados pela Prefeitura à FUNSERV, terão que ser devolvidos. Houve, seguramente, sérios danos.
O Ministério Público já havia comunicado a Prefeitura sobre a ilegalidade que vinha cometendo e que, cedo ou tarde, a situação teria que ser resolvida. Mas o Prefeito nada fez.
Só há duas hipóteses para tal comportamento, Lippi confiou cegamente na perfeição de sua administração, não crendo que pudessem ter cometido tão grave erro, ou simplesmente não quis ou não pôde, por algum motivo obscuro, alterar aquele modelo.
Comum entre todas as situações mencionadas neste texto, só mesmo o descaso com a coisa pública. Se o Prefeito tolerou pequenos desvios de sua equipe, o que nos levaria a crer que agiria de forma diversa nesse caso?
Existem dois sistemas de saúde no Brasil, o público e o privado. O governo do PSDB inovou, usou dinheiro público para pagar o plano privado dos servidores. Nada tão surpreendente assim, já que recentemente a Deputada Maria Lúcia Amary propôs a criação de cotas, em hospitais públicos, que atendessem a planos privados.
A questão, portanto, continua centrada no modelo de gestão. É ele que precisa ser superado em Sorocaba, assim como no governo federal isso já vem sendo feito.

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