Pedagiômetro

17 de ago. de 2009

As alianças irresponsáveis de Lippi

No dia 07 de maio deste ano, escrevi um texto onde quastionava a forma irresponsável como foram construídas as alianças de Lippi.
O texto foi publicado em alguns sites como o do PT Sorocaba e o do Deputado Hamilton. Mesmo assim, achei que deveria colocá-lo também aqui neste blog, apenas para provocar a reflexão necessária ao caso, bem como possíveis paralelos com a sequência de tombos que o prefeito vem tomando.
A questão é que a forma como esse governo foi construído não pode dar certo. Vitor Lippi não tem, nem terá como conduzir a administração local, simplesmente pelo fato de suas alianças não terem priorizado valores éticos, ou capacidade técnica de seus aliados.
Segue o texto:

As leis, as salsichas e as alianças de Lippi
Não é de hoje que os quadros mais sérios da política brasileira, independente da cor partidária, reafirmam a necessidade de uma profunda reforma no sistema político-eleitoral brasileiro.

As teses são muitas no que tange a temas polêmicos como a proibição de coligações proporcionais, financiamento de campanha, voto distrital, em lista, enfim, o debate é tão amplo quanto urgente.

E a demora para que essa reforma seja apreciada e colocada em prática, produz situações esdrúxulas como a que percebemos em Sorocaba, no que se refere as alianças estabelecidas pelo PSDB para a reeleição do prefeito Vitor Lippi.

Nas últimas semanas as informações a respeito dos acordos firmados em torno da reeleição do atual prefeito surgem aos montes, quase todas absurdas. Destaque ao caso do PMN, em que o acordo teria sido firmado nos seguintes termos: reeleito o prefeito, os cinco primeiros suplentes da chapa de vereadores teriam direito a cargos comissionados na prefeitura.

É a banalização do interesse público!

As alianças envolvem, é claro, a participação de cada um dos partidos integrantes no governo. Porém, a lógica é a de que cada um ofereça o que tem de melhor, do ponto de vista técnico e político, a bem do interesse público, da moralidade e da eficiência administrativa. E quem poderia prever, quando o acordo foi firmado, que aqueles que viessem a alcançar as cinco primeiras vagas de suplência, seriam os melhores quadros do partido?

E o pior é que não se trata de um caso isolado, há vereadores reclamando o cumprimento de acordos. Nessas situações a pergunta inevitável é a seguinte: como imaginar uma independência de poderes se o Executivo distribui cargos para membros do Legislativo?

Certa vez o então primeiro-ministro alemão Otto Von Bismark sentenciou que “se o povo soubesse como são feitas as leis e as salsichas, não dormiria tranqüilo”. Creio que as alianças políticas de Lippi estejam nesse mesmo patamar, pois, confesso, não durmo tranqüilo sabendo que a cidade onde vivo está debaixo desse tipo de acordo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário