Pedagiômetro

11 de ago. de 2009

A crise ética do Senado

Aqui vai a resposta à primeira das três perguntas formuladas a mim pelo Vereador Paulo Mendes, do PSDB:

. Qual sua opinião, sincera, a respeito da crise ética do Senado?

Creio que a atual crise do Senado seja só mais uma delas. Há muito pouco tempo o alvo da crise foi o também senador peemedebista Renan Calheiros. Também já houve outros tantos casos marcantes como a queda de ACM após a violação do painel eletrônico.
Portanto, mudam os atores, mas o espetáculo continua. E não há fim, apenas intervalos entre um ato e outro, porque o problema está muito além das pessoas, ele reside fundamentalmente na estrutura político-eleitoral do país.
Não faz muito tempo e a crise era da Câmara Federal, com seu Severino, eleito pela irresponsabilidade da oposição ao governo Lula. Incluindo-se aí importante participação do deputado Pannunzio.
Bem, se o problema está na estrutura, então qual o motivo de tamanha angústia dos tucanos e demos em derrubar José Sarney.
Pois creio que são dois os motivos principais:
1. A oposição vinha há muito tempo sem discurso. Apostaram na crise, torceram pelo quanto pior melhor, e perderam. A uma oposição sem projeto, sem discurso, só resta a construção de fatos políticos. Nada mais simples quando se está numa casa corrompida, como o Senado.
2. Eleições 2010. Lembremos que tudo começou quando Sarney não cedeu aos apelos insistentes da oposição para instalar e acelerar os encaminhamentos da CPI da Petrobrás.
Também já falei disso por aqui, a CPI da Petrobrás só existe por razões ideológicas, quais sejam, a vontade de privatizar a própria, a disputa pelo modelo de gestão do Pré-Sal e, claro, fogo na Dilma.
Só pra lembrar, Dilma Roussef preside o Conselho da empresa, que não é responsável por contrato algum, mas que pode muito bem servir de bode espiatório.
Encerro portanto, reafirmando que o problema central está no modelo político-eleitoral brasileiro. Não creio que sem uma profunda reforma política seja possível resolver algo.
No caso do Senado, mais especificamente, defendo como tantos outros petistas: o fim dos cargos de suplentes, a diminuição do tempo de mandato de oito para quatro anos e a definição do caráter do Senado como casa revisora, e não como casa concorrente da Câmara Federal, o que ocorre hoje.

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