Pedagiômetro

8 de mar. de 2010

Desespero ou preconceito?

O jornal Bom Dia Sorocaba trouxe nas edições de ontem e de hoje cartas de leitores destilando rancor e ódio ao PT e à sua pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff.
São de enojar.
A pergunta seria a seguinte, trata-se de preconceito de um setor atrasado de nossa sociedade, ou mesmo desespero em ver a candidata petista caminhando a passos largos para a vitória?
Creio que muito dos dois.
Uma das cartas sugere uma comparação entre Lula, Dilma e Hitler. Dá pra acreditar? Não consigo medir o quanto um imbecil como esse pode contribuir com um debate que deveria ser levado mais a sério, quanto ao futuro do país.
Diz ainda que Hitler, ao menos, teria se suicidado. E que como Dilma não o faria, caberia às Forças Armadas botá-la para correr.
Apesar de os tais textos terem me embrulhado o estômago, tento compreender racionalmente o que faz esse ódio e esse preconceito superarem o bom senso.
Acho mesmo que tais cidadãos, que escrevem livremente o que pensam justamente porque figuras corajosas e comprometidas com a democracia (como a própria Dilma) lutaram para que isso fosse possível, se remoem em sentimentos menores pelo simples fato de terem que conviver com um operário que conseguiu governar muito melhor que o príncipe dos sociólogos da elite brasileira. Só isso já os provoca.
Há também uma certa saudade dos tempos da ditadura. Vou além, há, no DNA dessa elite rancorosa uma saudade avassaladora da época em que podiam tudo, sem regras, às custas da exploração. De quando negros eram escravos, de quando mulheres não votavam, de quando governadores, como o Arruda, não eram presos.
O desespero desse povo é um alento. Percebo nisso o último suspiro da ARENA.
Pois já é tarde. Deveriam ter ido há muito tempo.

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