Pedagiômetro

4 de mai. de 2010

Ficha limpa?

Há muito de hipocrisia no debate sobre o projeto que está sendo apreciado pelo Congresso e que deve impedir os candidatos que possuam condenação transitada em julgado, ou de órgão colegiado, pela prática de determinados crimes de disputarem eleições.
Digo hipocrisia porque as bases da democracia pressupõem que uma pessoa, qualquer que seja, tenha um julgamento justo e direito a ampla defesa, e fazer barulho com o óbvio é oportunismo, uma vez que as condenções por improbidade, por exemplo, já trazem em suas sentenças a suspenção dos direitos políticos dos réus.
Bem, acho mesmo que quem praticar qualquer espécie de ato de improbidade, causar prejuízo ao erário ou coisa que o valha, não serve para ocupar cargo público, daí a importância de tal norma. Desde que não seja utilizada para pré-julgamentos.
Interessante é ver os paladinos da moral e dos bons costumes, membros do mais pomposo escalão do PSDB defendendo sua imediata aplicação. Bom, mas e como ficaria Renato Amary? Ele acaba de sofrer condenação de um órgão colegiado, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Seria enquadrado pelos tucanos?
Creio que para boas práticas não sejam necessárias leis que as imponham, sugiro ao PSDB, que tanto tem feito esse debate, que saiam a frente e cortem as candidaturas de seus candidatos, digamos, com ficha comprometida.

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