Pedagiômetro

3 de fev. de 2010

SOROCABA: NAU A DERIVA


A avalanche de escândalos que assolou a cidade de Sorocaba no ano passado deixou o governo Lippi completamente sem rumo.
Antes disso, ao menos havia um plano de governo em curso. Equivocado em vários aspectos, é verdade, mas havia um plano. Injusto, elitista, neoliberal, utilize o adjetivo que quiser para admitir que ele (o plano) existiu.
O desmonte da administração não é de responsabilidade de outros, senão daqueles que cometeram as irregularidades e daquele que nomeou os tais para cargos de primeiro escalão. Mas quem paga a conta da inoperância do governo é o povo.
Não é novidade que a cidade está perdendo recursos por falta de projetos. Dia desses o prejuízo foi na área de esportes, que perdeu verba do Governo Federal por não apresentar o tal projeto.
O próprio governador de São Paulo disse esta semana desconhecer o pleito por recursos para o combate às enchentes (e convenhamos, mesmo que soubesse do pleito, creio que o dinheiro não viesse tão já, Vide o Poupa Tempo, há tanto prometido e que até agora é só um terreno mal cuidado).
Os moradores do Parque São Bento II ficarão bravos quando souberem disso, mas o contrato firmado entre a Prefeitura de Sorocaba e a Caixa Econômica Federal para a liberação de R$ 1,5 milhões para obras de infra-estrutura no bairro foi rescindido pelo fato de a Prefeitura não ter cumprido os prazos para envio de documentos. Ou seja, o bairro continuará com os problemas de hoje.
Não é de estranhar, portanto, que mesmo após três dias sem chuva, ainda haja vias interditadas por alagamento. A inoperância é tanta, que nem a manutenção básica para se evitar os alagamentos, ou diminuir seus efeitos, foi feita.
Quem não se lembra das máquinas que faziam parte da paisagem da Marginal Dom Aguirre e que sempre fizeram o serviço de desassoreamento do rio Sorocaba em determinados pontos? Isso sempre foi feito. Agora, é mais fácil culpar o excesso de água.
Por mais que o volume de chuva esteja sendo maior que o esperado, é anormal que em três dias sem chuva as águas não encontrem caminho em seu curso natural.
E Lippi está cada vez mais parecido com Maluf, ou melhor, com Pitta, parecido com o primeiro é Amary, que o elegeu. Agora deu de propor planos inusitados de combate a enchente.
Tal qual os ex-prefeitos da capital paulista, inventa obras como um piscinão subterrâneo na Praça Lions, um muro que “segure” o rio e, a única proposta já executada, a distribuição de galochas para as vítimas de inundações. A medida é correta, mas não deixa de ser ridículo perceber que a única ação da Prefeitura de uma das maiores cidades do estado e do país, num caso complicado como esse, é distribuir botas de borracha.
Salve-se quem puder, porque a nau está à deriva. E ainda restam três anos de governo pra essa turma.

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