Pedagiômetro

28 de set. de 2009

Caso Ivanilde: mais um exemplo da relação espúria entre o público e o privado no governo Lippi

A gestão, as relações, os valores, os princípios, enfim, há muita coisa que difere o modelo de administração pública do adotado na iniciativa privada.
Por exemplo, na iniciativa privada um pai que encoraja o filho a assumir parte no comando de sua empresa, está preocupado com seu patrimônio e com o futuro de sua família. Na área pública, isso é nepotismo e é proibido.
Há vários outros exemplos que poderia apontar, mas o objetivo deste texto é retomar o debate quanto aos princípios que norteiam as gestões pública e privada, e o quanto a confusão entre os dois pode ser prejudicial.
Em suma, a administração privada se preocupa em produzir o máximo, com o mínimo de investimento, de forma a buscar eficiência em torno dos lucros e da produtividade.
Na gestão pública, economia e bom uso dos recursos também é importante, mas não é só. Nessa área também é preciso que se tenha respeito aos princípios constitucionais da administração. Tais como a moralidade, a publicidade dos atos e a atenção ao interesse público.
É preciso ter vocação para trabalhar no setor público. Saber olhar adiante, muito além de números e de negócios.
E é justamente aí que os governos do PSDB em Sorocaba vem pecando. Implantaram um modelo absolutamente gerencial na cidade, que passou a ser administrada como se empresa fosse.
Aí, quando se discute política de transporte, por exemplo, ao invés de se discutir formas de se melhorar o sistema público, investe-se na construção de novos anéis viários. Quando se debate a saúde, se decide pela construção de um grande prédio para abrigar uma Unidade Básica de Saúde, como a do Wanel Ville, sem pensar na contratação de médicos que trabalhem na mesma.
A princípio, como o orçamento de Sorocaba cresceu demais nos últimos anos, a impressão passada foi a de um momento de importante desenvolvimento. Porém, quando a poeira abaixou, pode-se perceber que tal modelo não produziu muita coisa além de pura maquiagem.
Demorou, mas a cidade começou a sentir os efeitos disso.
O primeiro sinal veio com o sentimento de paralisação, percebido neste ano, quando as finanças emagreceram um pouquinho e o governo municipal não teve condições de tocar sequer uma obra.
O segundo, e mais violento, é a percepção de que o governo Vitor Lippi perdeu completamente o sentido de certo ou errado, do público e do privado, do moral e do imoral.
Reuniu-se um grupo de administradores da escola privada, que transferiu seus conhecimentos para a área pública. Simples assim.
Aí se descobre que um Secretário resolveu isentar de impostos empresa de seu pai, outro comprou carro a preço de custo direto da montadora, outro se acha acima do bem e do mal e resolve fazer festinhas em motel com adolescentes, e por aí vai.
A prisão da empresária Ivanilde Vieira teria pouca, ou nenhuma, importância para o Prefeito se as relações estabelecidas entre eles fossem meramente pessoais. Mas não o são.
O Secretário de Governo Maurício Biazoto é casado com a assessora de Ivanilde.
Só isso? Não. Ele também foi citado durante as investigações do caso e há suspeitas de que a empresária gozava de muita “influência” na Prefeitura para liberar licenças de funcionamento para novos postos de combustível.
Pra bom entendedor, meia palavra basta. E no caso do governo Lippi, muitas já foram ditas.

3 comentários:

  1. A política em Sorocaba está descambada e não é de hoje, mudam-se as formas de atuar mas não mudam as intenções. Renato Amary fez o que quis com a prefeitura ao melhor estilo Orestes Quércia valorizou regiões da cidade a seu bel prazer, a atual administração é recordista de escândalos e o mais incrível é que nem a mente mais criativa consegue imaginar qual será o contexto da próxima, pois esses rapazes são criativos (pedofilia, nepotismo, ligações obscuras, pequenas vantagens, etc.). A classe política nada mais é do que representação fiel da sociedade e esta (sorocabana) não foge à regra já que sabemos de corrupção ativa no empresariado sorocabano, na igreja e em ongs e grupos estudantis, como aquele caso de 1999 da UNISO em que pessoas como a Dr. Darlise e outros que não preciso dizer nomes contribuiram com sua pequena parcela de maucaratismo e falta de ética. Realmente para bom entendedor meia palavra basta.

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  2. Pois é, Antonio. De fato, há grande parte de representantes do povo que refletem seu próprio comportamento. Porém, creio que nem todos.
    Além disso, a população em geral tem muito menos condições de desenvolver um sentido crítico sobre o que acontece, já que as formas de comunicação são limitadas e muitas vezes uma tese equivocada é tão martelada por setores da mídia que se tornam verdades.
    Creio que o maior problema mesmo desse campo é a omissão de muitos e tento utilizar este blog justamente para evitar tal comportamento. Em qualquer campo, em qualquer situação, havendo fatos concretos é dever de todo cidadão se manifestar.

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  3. e emquanto isso em sarapuí..........apadrinhado do prefeito embolsa dinheiro com a venda de sucata da prefeitura..... ô jeitinho de ganhar dinheiro ,heim tuto?????kkkkkkkkrsrsrsr

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